Deputados repercutiram operação "Sem Desconto" da PF e da CGU, que investiga fraudes no INSS na reunião plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco.
por Ana Luiza Melo
Publicado em 24/04/2025, às 17h15
A operação "Sem Desconto" da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), repercutiu durante a reunião plenária desta quinta-feira (24).
Realizada na última quarta-feira, a investigação mira o desvio de recursos de benefícios destinados a aposentados e pensionistas, praticado por entidades associativas e sindicatos.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido. De acordo com a Polícia Federal, a investigação iniciou em 2019. O deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) subiu à tribuna da Alepe para pedir o afastamento de outros assessores e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
“O inquérito já está aberto, e têm que ser afastados imediatamente todos os assessores do senhor Alessandro. O ministro também deveria se afastar do cargo e aguardar a conclusão da apuração”, avaliou o parlamentar.
Em defesa, o deputado Doriel Barros (PT) fez um aparte ressaltando que não se deve criminalizar todos os sindicatos e que o esquema investigado teve início em 2019, portanto no período da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Foi no governo Lula que se conseguiu investigar uma quadrilha que estava tentando usurpar o direito de muitos aposentados, diferentemente de vários sindicatos e entidades sérias que fazem o trabalho de apoiar os trabalhadores e trabalhadoras”, destacou.
Em outro aparte, a deputada Débora Almeida (PSDB) também comentou o caso. A parlamentar criticou o órgão por facultar descontos, cobranças e empréstimos não autorizados a aposentados e pensionistas e cobrou mais proteção nas contas pessoais dos segurados.
Em meio ao debate polêmico, o deputado Doriel Barros buscou apresentar pautas positivas do governo federal, citando a proposta do Governo Lula de isentar da conta de luz algumas famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, enviada ao congresso pelo executivo federal.
A primeira iniciativa pretende beneficiar os lares que consomem até 80 quilowatts por mês, o que significa uma ampliação da isenção para mais de 60 milhões de pessoas. Já a PEC tem o objetivo de conferir status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), fortalecendo o Estado contra o crime organizado.
“O presidente Lula, de maneira corajosa e sem tirar prerrogativa dos estados, vem com esse projeto oferecer ajuda para resolver o problema do crime organizado e combater a entrada de drogas nos estados. Porque esse é um compromisso que precisa ser de todos”, declarou Doriel.