Maioria dos entrevistados acredita que há motivação política nas denúncias contra Bolsonaro

A pesquisa indica que 35% dos entrevistados preferem candidato distante de Lula e Bolsonaro para 2026. Maioria vê motivação política contra Bolsonaro

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 25/02/2025, às 13h22

Lula e Bolsonaro aparecem empatados na mais recente pesquisa CNT/MDA - Renato Pizzutto/Band TV
Lula e Bolsonaro aparecem empatados na mais recente pesquisa CNT/MDA - Renato Pizzutto/Band TV

A pesquisa de Opinião divulgada nesta terça-feira pela CNT - Confederação Nacional de Transportes - não trouxe boas novas para o governo Lula.

Não há novidade no sentido de que foi mais uma pesquisa a confirmar a queda de popularidade, já já dou os números, mas o que mais chamou a atenção foi o período da sondagem, de 19 a 23 de fevereiro. A margem de erro da pesquisa é 2,2%, tendo sido realizadas 2,2 mil entrevistas.

Assim, a pesquisa da CNT foi a primeira realizada no Brasil logo após a denuncia da PGR contra Bolsonaro no STF.

E o resumo da opera neste recorte não é nada bom para o PT e Lula.

Sobre as denúncias da PGR de que Jair Bolsonaro participou de uma tentativa de golpe, 56% dos entrevistados acreditam que há algum envolvimento do ex-presidente. Mas a maioria dos entrevistados acredita que há motivação política nas denúncias realizadas.

Quanto ao desfecho do processo, 45% acreditam que ele será absolvido, enquanto só 41% consideram que será condenado.

Quanto à preferência para o próximo presidente, 35% dos entrevistados afirmam preferir um candidato não ligado a Lula ou a Jair Bolsonaro e 31% estão mais alinhados com Bolsonaro e seu grupo, e 29% com Lula e seu grupo político.

Há outra informação bastante peculiar. Do ponto de vista pessoal, as principais qualidades atribuídas a Lula estão associadas a cuidar dos mais pobres e buscar o bem do país. No entanto, seus principais defeitos seriam a desonestidade e a preocupação excessiva com a reeleição.

Não apenas: Seus discursos são considerados ultrapassados, e muitos acreditam que ele não está conduzindo o Brasil no caminho certo.

Não é a toa que, na área econômica, a população perceba um aumento acentuado dos preços, acima dos índices oficiais de inflação. Os produtos com maior percepção de aumento citados são café, carnes e grãos em geral.

Nestes dois anos de governo do presidente Lula, as áreas consideradas de melhor desempenho são a ajuda aos mais pobres (22%) e educação (13%).

Por outro lado, as áreas com pior avaliação foram economia (32%), segurança (20%) e saúde (13%).

De acordo com a pesquisa, quem avalia Lula positivamente tem mais idade, são menos instruídos, tem menos renda e moram no Nordeste e são católicos. Por outro lado, quem avalia Lula negativamente tem entre 25 a 34 anos, com ensino superior e mais de cinco salários mínimos, morador da região Sul e evangélico.

Queda de Lula

Levando tudo isto em conta, era esperada uma queda significativa na popularidade do presidente Lula. Conforme já mostraram outras pesquisas divulgadas pelos site Jamildo.com.

Nesta pesquisa CNT, a avaliação positiva de seu governo caiu de 35% em novembro para 29%, enquanto a avaliação negativa subiu de 31% em novembro para 44% agora, em uma alta de 13 pontos percentuais. 26% é de regular.

Em relação ao desempenho pessoal, a aprovação do presidente é de 40%, representando uma queda de 10 pontos percentuais em comparação com novembro de 2024, a desaprovação atingiu 55%, um aumento de 9 pontos percentuais no mesmo período.

Na mesma linha, é claro que as expectativas para os próximos seis meses em áreas como emprego, renda, saúde, educação e segurança também pioraram em relação à última pesquisa.

Em particular, as perspectivas para emprego, saúde e segurança são mais pessimistas do que otimistas.

No cenário de intenção de voto estimulado para as eleições de 2026, há um empate técnico entre Lula e Jair Bolsonaro, com 30,3% e 30,1%, respectivamente.

Foi-se o tempo que Lula batia até Bolsonaro. Em simulações de segundo turno, foram observados empates técnicos em todas as combinações envolvendo Lula, Fernando Haddad, Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.