Exclusivo: Julgamento no TSE pode mudar disputa para o Senado em Pernambuco

Processo no TSE foi aberto pelo Republicanos, partido do ministro Silvio Costa Filho, que deseja ser senador na chapa de João Campos

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 25/11/2025, às 16h51 - Atualizado às 17h02

Marília Arraes, João Campos e Silvio Costa Filho
Marília Arraes, João Campos e Silvio Costa Filho, em evento político no Recife - DIVULGAÇÃO

O TSE vai analisar se partidos coligados para governador poderão apoiar candidatos diferentes para o Senado, criando as chamadas “coligações cruzadas”.

A consulta foi apresentada pelo Republicanos, partido do ministro Silvio Costa Filho, e pode reverter entendimento aplicado em 2022, quando o TSE decidiu por 4x3 que a coligação para governador obriga apoio único ao Senado.

Com nova composição no tribunal, há chance de mudança de interpretação para 2026.

A decisão pode alterar o cenário político nos estados, inclusive em Pernambuco, onde vários nomes disputam espaço na chapa de João Campos.

Se liberadas as coligações cruzadas, partidos aliados ao prefeito poderiam apoiar candidatos distintos ao Senado, ampliando o leque de opções na mesma chapa.

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai analisar a possibilidade de partidos políticos que formaram coligações para a eleição para governador se coligarem com legendas diferentes com vista às eleições para o Senado Federal. São as chamadas "coligações cruzadas".

O questionamento foi provocado em consulta formulada pelo diretório nacional do Republicanos, legenda do ministro pernambucano Silvio Costa Filho.

Advogados eleitorais lembram que questão já foi respondida pelo próprio TSE para as eleições de 2022. Atualmente, o partido que coliga para apoiar um candidato a governador, obrigatoriamente tem que apoiar todos os candidatos a senador da chapa.

A relatoria agora é da ministra Estela Aranha, conforme foi informado o site Jamildo.com.

Advogados lembram que, em 2022, o TSE ficou dividido sobre a questão, com um placar de 4x3. Agora, em 2026, a composição do tribunal eleitoral é outra, abrindo chance para a mudança de entendimento.

A resposta à consulta pode alterar o panorama eleitoral nos estados, inclusive em Pernambuco.

Atualmente, vários pré-candidatos disputam a indicação para as duas vagas de senador na provável chapa liderada pelo prefeito João Campos, em 2026. Os nomes lembrados são Humberto Costa, Marília Arraes, Miguel Coelho e Silvio Costa Filho - do partido consulente.

Dependendo da resposta da consulta, virtualmente João Campos poderá ter mais de dois candidatos ao Senado. Os partidos que se coligarem para apoiar João Campos, por exemplo, poderão se dividir no apoio aos candidatos ao Senado.

LEIA OS QUESTIONAMENTOS AO TSE DO REPUBLICANOS

1) É obrigatório aos partidos e federações coligados para o cargo de governador de estado X integrar a mesma coligação para os cargos de senador, em eleição na qual haverá a renovação de 2/3 do Senado Federal?

2) É permitido aos partidos e às federações coligados para o cargo de governador de estado X celebrar, entre si, uma ou mais coligações para o(s) cargo(s) de senador?

3) É permitido aos partidos e às federações coligados para o cargo de governador de estado X lançar, individualmente, candidato(s) para o(s) cargo(s) de senador?