Governo Lula chega a 54% de desaprovação enquanto 41% aprova, diz IPESPE

Embora a avaliação política do governo Lula não tenha grandes variações, a economia segue sendo o maior desafio, com a população dividida entre otimismo e preocupação.

Ana Luiza Melo

por Ana Luiza Melo

Publicado em 27/03/2025, às 17h10

Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR

A pesquisa Pulso Brasil de março de 2025 (IPESPE), divulgada hoje (28) revela que a aprovação do governo Lula se mantém estável, com 41% dos entrevistados aprovando e 54% desaprovando a gestão. Embora a avaliação política do presidente não tenha grandes variações, a economia segue sendo o maior desafio, com a população dividida entre otimismo e preocupação. A inflação e o custo de vida impactam fortemente a percepção sobre a gestão, enquanto programas sociais continuam a garantir apoio entre eleitores mais vulneráveis. A segurança pública também aparece como um ponto sensível no debate público.

A pesquisa destaca que 58% dos brasileiros consideram que a economia do país segue por um caminho errado, enquanto apenas 35% acreditam que a situação está melhorando. Para reconquistar a confiança da população, o governo precisará adotar medidas econômicas eficazes e que tragam resultados perceptíveis no cotidiano dos cidadãos.

No campo político, a relação com o Centrão permanece estratégica, mas instável, o que tem impactado a tramitação de projetos importantes no Congresso. A aprovação de reformas econômicas essenciais e a implementação de ações que promovam estabilidade financeira exigem não apenas apoio político, mas também ações que atendam diretamente às necessidades da população.

Aceno para o Nordeste 

Enquanto enfrenta desafios econômicos, Lula busca fortalecer sua base de apoio com investimentos em infraestrutura. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, confirmou que o presidente estará em Pernambuco, em abril, para anunciar o início da licitação da obra de ampliação do Aeroporto de Caruaru. O projeto, que conta com R$ 150 milhões em investimentos (sendo metade do governo federal e metade do estadual), visa modernizar o aeroporto e ampliar a conectividade no estado.

De acordo com Silvio Costa Filho, “não faz sentido que cidades como Petrolina (PE), Campina Grande (PB) e Mossoró (RN) tenham grandes aeroportos e Caruaru não tenha um terminal capaz de receber jatos e voos de São Paulo e Brasília”. A ampliação do aeroporto será fundamental para o desenvolvimento econômico de mais de 50 municípios do Agreste e Sertão pernambucano, gerando novas oportunidades de emprego e fomentando o turismo regional.

Os investimentos para modernização dos aeroportos fazem parte do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), gerido pela Secretaria de Aviação Civil. Após as obras, o terminal de Caruaru contará com um novo terminal de passageiros de 6 mil m², ampliação da pista de pouso de 1.800 para 2.250 metros, novas pistas de taxiamento e um pátio para aeronaves, o que trará maior segurança para as operações aéreas e ampliará a conectividade para diversas regiões do país.

Com a aprovação estagnada e a economia pressionando a gestão, o governo Lula precisa focar em medidas concretas que melhorem a qualidade de vida da população e restaurem a confiança do eleitorado. Investimentos em infraestrutura, como o aeroporto de Caruaru, podem ser uma estratégia para gerar desenvolvimento regional e fortalecer a imagem do presidente, mas será necessário avançar com políticas econômicas que tragam resultados imediatos e visíveis para os brasileiros.