João Campos foi questionado sobre 2026, mas preferiu focar em projetos como o Distrito Guararapes e nova lei de retrofit
por Cynara Maíra
Publicado em 17/11/2025, às 12h00 - Atualizado às 13h37
Em entrevista à Rádio CBN nesta segunda (17), João Campos (PSB) evitou falar sobre as eleições de 2026 e focou em projetos para o Centro do Recife.
O prefeito destacou a nova Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS), que dará adicional construtivo de até 3 para 1 para quem fizer retrofit de prédios antigos no Centro.
Campos também defendeu o Distrito Guararapes, projeto com o BNDES para desapropriar 10 prédios abandonados e transformá-los em moradia.
Questionado sobre a disputa com Raquel Lyra, o prefeito se negou a avaliar a gestão estadual e focou em suas entregas, como a triplicação das vagas em creches.
Sobre 2026, Campos disse que "na hora certa as pessoas vão saber" e que "aprendeu a viver um dia de cada vez".
O prefeito João Campos (PSB) participou, nesta segunda-feira (17), do programa CBN Debate e evitou comentar diretamente sobre as eleições de 2026, mesmo quando questionado sobre uma futura candidatura ao governo estadual.
Em vez de falar sobre uma possível disputa com a governadora Raquel Lyra (PSD), o prefeito preferiu focar no tema da habitação, sua principal proposta para a requalificação do Centro da cidade.
Campos defendeu a nova Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) e o projeto do Distrito Guararapes como as "principais grandes ações" para viabilizar mais moradia nos bairros de Santo Antônio, São José e Recife Antigo.
O prefeito detalhou que a nova LUOS cria um incentivo ao retrofit (reforma de prédios antigos para moradia).
Pela nova regra, quem transformar um prédio antigo no Centro em moradia ganhará um "adicional construtivo" de 1 a 3 m² em outra área da cidade para cada metro reformado.
"Por que isso é tão importante? Porque agora a conta vai fechar de você fazer um investimento no centro da cidade", explicou João Campos.
O prefeito também defendeu a concessão do Distrito Guararapes, modelada por três anos com o BNDES. O plano prevê a desapropriação de 10 edifícios centrais que hoje estão abandonados ou em longas disputas judiciais.
"A prefeitura pode chegar, fazer uma desapropriação [...] o imóvel passa a ser do município, vai ser transformado em moradia, e a briga judicial continua [com o dinheiro depositado em juízo]", disse.
A gestão municipal também encaminhou à Câmara, no sábado (15), um projeto de lei para redução da alíquota do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), visando incentivar a formalização e a compra de propriedades.
Durante a entrevista, João Campos foi pressionado sobre a disputa de 2026. O jornalista Ricardo Dantas Barreto questionou por que o PSB, após perder em 2022, deveria retomar o governo, citando o discurso de "mudança" de Raquel Lyra.
Campos evitou a avaliação da gestão estadual: "Eu não tô aqui para fazer avaliação. Quem me conhece, o Recife sabe, eu não perco o meu tempo falando mal das pessoas", respondeu.
O prefeito começou a falar sobre suas entregas no Recife, citando o aumento do investimento anual para R$ 1 bilhão e a criação de vagas em creches. "Você imaginar que em 40 anos fizeram 3.400 vagas, e em 5 anos nós fizemos 12.000 vagas de creche", disse.
A aposta nas entregas ocorre enquanto o prefeito também enfrenta críticas por atrasos em obras prometidas, como o Hospital da Criança e a requalificação da Orla de Boa Viagem, que podem ser inauguradas antes do prazo de renúncia em abril de 2026.
Ao ser questionado por Geraldo Freire sobre uma ouvinte de Pesqueira que já o projeta para governador e presidente, Campos novamente desviou.
"Eu aprendi a viver um dia de cada vez [...] na hora certa as pessoas vão saber. [...] Ninguém deve caminhar num projeto de si", afirmou.
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