Trocas de farpas e poucas novidades marcaram o segundo debate morno entre os prefeituráveis do Recife
por Yan Lucca
Publicado em 03/10/2024, às 22h10
Na noite desta terça-feira (03), os eleitores puderam conhecer as propostas dos principais candidatos à Prefeitura do Recife, em debate promovido pela TV Globo Nordeste e apresentado pelo jornalista Márcio Bonfim.
Este foi o segundo debate televisivo que aconteceu no Recife. O primeiro ocorreu no dia primeiro de outubro no SBT Recife. Confira os pontos mais importantes do debate.
No primeiro bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si, com a ordem definida por sorteio. Dani Portela (PSOL) abriu questionando João Campos (PSB) sobre seu posicionamento ideológico, ao que ele respondeu: "Sou progressista de centro-esquerda e trabalho pelo Recife todos os dias." João destacou as obras em infraestrutura e ações inclusivas, como os centros TEAS, e mencionou a construção do Hospital da Criança.
Dani, em sua réplica, criticou a desigualdade social na cidade e o legado do PSB. Questionou a ausência do presidente Lula nas peças publicitárias da campanha de João Campos. O prefeito rebateu, afirmando que seu foco é governar o Recife e manter a parceria com o governo federal, em um "governo eficiente" que tem em vista investir nas
Gilson Machado (PL) aproveitou sua pergunta a Daniel Coelho (PSD) para criticar a gestão de João Campos. Daniel afirmou que a cidade sofre com problemas de segurança pública e que Recife é "a única capital do Nordeste sem guarda municipal armada." Gilson, por sua vez, defendeu mais shows e atividades culturais no Marco Zero e intervenções nos mercados públicos.
Neste bloco os candidatos responderam perguntas definidas por sorteio.
O tema sorteado foi "mulheres", e Dani Portela questionou Gilson Machado sobre as atitudes agressivas do ex-presidente Jair Bolsonaro contra mulheres. Gilson defendeu Bolsonaro, afirmando que "nunca um presidente fez tanto pelas mulheres." Dani criticou o governo Bolsonaro e ressaltou a necessidade de políticas que enfrentem a violência de gênero.
João Campos foi questionado sobre segurança pública e afirmou que sua gestão já armou uma parte significativa da Guarda Municipal, enquanto Gilson reiterou críticas à lentidão em entregas de obras, como a Ponte Giratória, chamando João de "mitomaníaco".
Neste bloco, os candidatos fizeram perguntas com temas livres entre si, com ordem definida por sorteio.
No terceiro bloco, João Campos questionou Gilson Machado sobre suas propostas para as áreas de morros da cidade. Gilson criticou o baixo investimento da gestão atual e a falta de recepção a Bolsonaro durante seu governo. João Campos rebateu, afirmando que os adversários preferem atacar do que apresentar propostas, e voltou a defender as obras de sua gestão, prometendo mais investimentos para a Bacia do Rio Tejipió.
Gilson insistiu nas críticas, mencionando supostas irregularidades na gestão de creches conveniadas, e João Campos destacou o modelo como positivo e eficaz em outras cidades.
Daniel Coelho, em seguida, questionou João Campos sobre mobilidade urbana. João mencionou as obras de novas pontes, enquanto Daniel criticou a falta de investimento no transporte público e a priorização de festas sobre melhorias estruturais.
No último bloco do debate, com perguntas sobre temas sorteados e considerações finais, os candidatos à Prefeitura do Recife se concentraram em assuntos centrais para a cidade.
O tema sorteado foi geração de empregos. Gilson Machado questionou João Campos sobre o ambiente de investimentos no Recife, afirmando que a cidade oferecia um cenário "inóspito" para o turismo.
Em resposta, João Campos defendeu sua gestão, destacando o saldo positivo na geração de empregos e pontuando os feitos da administração atual. Ele também reiterou que a campanha deve ser propositiva, criticando Gilson por "soltar números sem responsabilidade."
João Campos solicitou direito de resposta após Daniel Coelho acusá-lo de pagar blogs e sites para fazer postagens colaborativas com seu perfil pessoal. O pedido, no entanto, foi negado. Esta foi a segunda vez no debate que Campos teve um pedido de direito de resposta indeferido.
Dani Portela questionou sobre os investimentos nas áreas de morro da cidade, criticando cortes que ocorreram durante o governo Bolsonaro. Gilson Machado, em defesa do governo anterior, afirmou que Bolsonaro foi o presidente que mais investiu em Recife e mencionou que buscaria recursos no exterior para essas áreas.
Dani, por sua vez, criticou as propostas de Gilson, classificando-as como "desconexas" e de difícil compreensão. Ela reforçou a necessidade de maiores investimentos nos morros, mas também destacou a importância de debater soluções e propostas a longo prazo.
O tema "mudanças climáticas" foi direcionado a Dani Portela, que aproveitou para questionar sobre a engorda da praia de Boa Viagem. Ela trouxe à discussão o conceito de "racismo ambiental", que refere-se à desigualdade na distribuição de impactos ambientais, afetando principalmente as populações mais vulneráveis.
Dani também defendeu a retomada do orçamento participativo como uma forma de incluir a população nas decisões sobre a cidade.
João Campos questionou Daniel Coelho sobre suas propostas para reduzir o déficit habitacional no Recife. Daniel respondeu afirmando que o auxílio-moradia, oferecido pela atual gestão, não é suficiente para resolver as questões mais urgentes de habitação. Ele criticou a administração de João, afirmando que foi "a gestão que menos construiu casas na história recente da cidade."
O debate foi encerrado com as considerações finais dos candidatos, que reforçaram suas principais propostas e pediram o apoio dos eleitores nas urnas.
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