De olho em 2026, filiação de Raquel Lyra ocorre nesta segunda (10). Além de escolher dirigentes do PSD no estado, Raquel também manteve aliados no PSDB
por Cynara Maíra
Publicado em 10/03/2025, às 06h46 - Atualizado às 07h00
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, oficializa nesta segunda-feira (10) sua filiação ao PSD em um evento no Recife.
Apesar da migração, Raquel manteve aliados no PSDB, de forma a estender sua influência na sigla que comandou em Pernambuco.
Entre os motivos para alteração, especula-se que a gestora tenta uma aproximação com o governo Lula (PT) e com o Partido dos Trabalhadores, que atualmente está na base do prefeito do Recife, João Campos (PSB).
A possibilidade de ter um petista concorrendo ao Senado na chapa de Raquel pode gerar divisão interna no partido do presidente. Isso porque o grupo de políticos interessados em compor um grupo com João Campos ultrapassa as duas vagas disponíveis para Pernambuco em 2026.
Na disputa estão Marília Arraes (Solidariedade), Silvio Costa Filho (Republicanos), Humberto Costa (PT) e Miguel Coelho (União Brasil). O atual senador Humberto Costa, inclusive, foi eleito presidente interino do Partido dos Trabalhadores na última semana e deve ter força na decisão sobre as eleições de 2026 no estado.
Embora não assuma diretamente a presidência do PSD no estado, Raquel Lyra terá controle sobre a direção partidária.
Segundo o Portal Metropoles, antes mesmo da filiação, a governadora indicou ao menos seis dos nove dirigentes estaduais da legenda, incluindo o secretário-geral, o presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe) e primo da gestora, André Teixeira Filho.
A presidência do PSD em Pernambuco continuará sob comando do ministro da Pesca, André de Paula, com aval de Raquel Lyra. O ministro da Pesca e Aquicultura já tinha afirmado ao público que caberia à governadora decidir quem lideraria a legenda em Pernambuco.
O partido também aposta na chegada da governadora para ampliar sua presença no estado. Atualmente sem representantes na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) ou na Câmara Federal, a legenda espera atrair prefeitos e parlamentares com a filiação da governadora.
A saída de Raquel Lyra do PSDB representa mais um enfraquecimento da sigla, que tem perdido lideranças em todo o país.
Com a migração, o comando do partido em Pernambuco deve ficar com o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, que já se movimenta para alinhar a legenda ao prefeito João Campos.
Apesar da troca, Raquel Lyra manteve espaço na sigla através da vice-governadora Priscila Krause, que se filiou ao PSDB no domingo (9). A estratégia evita que o partido fique completamente sob controle da oposição e preserva aliados na estrutura tucana.
Em Caruaru, a relação entre PSDB e PSD também segue alinhada. O prefeito Rodrigo Pinheiro, aliado de Raquel, já anunciou que permanecerá no PSDB. Pinheiro reafirmou apoio à governadora e sinalizou que pode integrar o PSD futuramente.