Aliados de Raquel Lyra dizem que João Campos deu 'rasteira' no PT

PSDB vê 'rasteira' de João Campos no PT do Recife. Questão é eleitoral. Precisando do centro, PSB não quer dar discurso aos bolsonaristas radicais

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 19/07/2024, às 07h05

João Campos tem proximidade com o presidente Lula - Marcelo Camargo/Agência Brasil
João Campos tem proximidade com o presidente Lula - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Logo depois da foto de Lula e João Campos, em Brasília, fechando o acordo para a indicação do vice Victor Marques, que entrou no PCdoB para se qualificar para a missão, a avaliação dos aliados do governo de Pernambuco, oposição ao prefeito socialista, foi de que João Campos levou no bico o partido de Lula.

"Victor Marques é 100% PSB. Quando passar a eleição, ele sai do PCdoB", afirmou uma fonte. "João (Campos) deu uma rasteira no PT"

Conforme a coluna eletrônica mostrou, a questão da vice de João Campos segue gerando ruído entre os petistas e os socialistas.

Informações dos bastidores dão conta da insatisfação de alguns membros do PT-PE com a decisão do partido em não ter nome próprio na disputa pela prefeitura da cidade. O ex-deputado Fernando Ferro é um dos que discordam dessa decisão e externou a posição publicamente.

Estratégia de Raquel sobre João Campos

O ardil das críticas do PSDB tem o objetivo claro de elevar a tensão entre os petistas e eventualmente colher frutos na corrida eleitoral.

O blog do Jamildo já contou qual a estratégia de Raquel Lyra contra João Campos, já em 2024? O jogo está armado. Raquel espera contar com o apoio de dois senadores.

Um deles é Eduardo da Fonte, do PP. Não é à toa que o deputado federal tem conquistado tanto espaço na máquina estatal. O outro seria Humberto Costa, do PT, que viabilizaria colar em Lula.

Dentro desta mesma estratégia, nas eleições deste ano, Raquel Lyra planeja ter três candidatos, para diluir o voto no socialista.

O ex-prefeito João Paulo, o deputado federal Tulio Gadelha e Daniel Coelho. Por ora, só Daniel se viabilizou. Não é mera coincidência, o primeiro a reagir contra a indicação de Victor Marques foi o hoje deputado estadual João Paulo, que ironizou a escolha.

Na esfera administrativa, os aliados contam que não vai ser tão fácil como os socialistas esperam. Raquel terá R$ 6 bilhões para gastar em obras. Até o arco metropolitano pode finalmente sair do papel. A conferir.

Pelo que se ouve e se observa, a oposição e os neo aliados de Raquel Lyra no PT trabalham para ao menos impedir uma vitória do socialista no primeiro turno, de modo a reduzir o eventual cacife do jovem gestor do Recife para 2026, caso saia mesmo para disputar o governo de Pernambuco.

@blogdojamildo