Augusto Aras ficou conhecido como engavetador nacional da República
por Jamildo Melo
Publicado em 10/07/2024, às 11h33
O jornalista pernambucano Luís Costa Pinto, conhecido nacionalmente pela entrevista com o empresário Pedro Collor, irmão do ex-presidente que ajudou a derrubar o governo, está de volta às livrarias.
Neste sábado, 13 de julho, no Recife, a partir das 16, na Livraria Leitura do Shopping Riomar, Costa Pinto vai lançar no Recife o livro "O Procurador", em torno da figura de Augusto Aras.
O livro já foi lançado em Brasília, com a presença de autoridades como o ex-ministro da Educação e ex-governador de Brasília, Cristovam Buarque, e o senador Humberto Costa (PT-PE).
Aras recebeu muitas críticas durante seus anos como PGR, por ser contrário a pedidos de investigação contra Bolsonaro, que o indicou para o cargo, em diversas oportunidades.
Luís Costa Pinto disse ao Poder 360 que a obra mostra um Aras “muito mais complexo” do que um procurador-geral que “simplesmente chancelou” o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O livro-reportagem do jornalista pernambucano traz revelações de bastidores da Procuradoria Geral da República durante o período em que Augusto Aras foi PGR, no governo Bolsonaro. Ele ainda tentou renovar o mandato, com Lula, mas não teve sucesso.
A República de Curitiba deve ter destaque no apanhado. "Costa Pinto revela a existência de um sistema sigiloso de informações no Ministério Público que escondia ações inclusive do procurador-geral. Essa invisibilidade criminosa era usada para ocultar especialmente ações da Lava Jato", revela a editora.
O livro também relata como Aras, o subprocurador Humberto Jacques de Medeiros, o ex-corregedor-geral da Justiça Militar, Marcelo Weitzel, e o ministro Dias Toffoli, do STF, agiram em silêncio e calculadamente para tirar as PMs de todo o país de uma convocação golpista (promovida por Jair Bolsonaro) de ação nas ruas durante o 7 de setembro de 2021.
Na publicação, Costa Pinto conta também a descoberta, por Aras, de vícios e possíveis fraudes na distribuição de processos no STJ. Trata ainda, da atuação do governo federal na pandemia de covid. Na obra, Aras diz que a gestão Bolsonaro fez o que era necessário para reduzir o impacto da doença, incluindo a compra de vacinas.
“Naquele período da pandemia, ele foi um elemento que permitiu que o Bolsonaro seguisse como presidente. Agora, em 2021 e em 2022, Aras foi fundamental para fazer com que se driblasse tentativas de golpe antidemocráticos, de golpes de Estado e teve uma atuação silenciosa, mas muito firme para evitar esses golpes”, diz o autor, em entrevista ao Poder 360.
O livro nasceu a partir de documentos recebidos por Costa Pinto sobre procedimentos de correição contra procuradores e subprocuradores, que tinham relação com a operação Lava Jato.
O jornalista procurou Araes para entender tais documentos. "Depois da 1ª conversa, “que se alongou”, outros temas foram aparecendo e fizeram com que decidisse escrever o livro. O processo começou em meados de março de 2023, poucos meses antes de Aras deixar a PGR".
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