Início das sessões e cronograma foram definidos nesta sexta pelo STF. Com o agendamento, o julgamento de Bolsonaro será realizado em setembro
por Jamildo Melo
Publicado em 15/08/2025, às 21h03
O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para 2 de setembro de 2025, às 9 h, o início oficial do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022 .
O cronograma prevê oito sessões, sendo seis em horários extraordinários, com sessões também nos dias 3, 9, 10 e 12 de setembro.
Composição da Primeira Turma e instruções do rito
O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes (relator), Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.
No primeiro dia, Zanin abrirá a sessão, seguida pela leitura do relatório pelo relator Alexandre de Moraes. Após isso, as fases de acusação, defesa e votação ocorrerão conforme o rito detalhado.
A acusação envolve cinco crimes graves: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
As penas combinadas podem ultrapassar 30 anos de prisão, conforme a Agência Brasil
As sessões previstas incluem manhãs e tardes: nos dias 2, 9 e 12 de setembro haverá também sessões vespertinas, com início às 14 h e término estimado às 19 h.
A condenação ou absolvição depende de três votos favoráveis em cinco, conforme previsto no regimento interno do STF. Um pedido de vista de algum ministro pode interromper o julgamento por até 90 dias.
O relator Alexandre de Moraes solicitou a marcação após a conclusão das instruções processuais e entrega das alegações finais por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR) e dos réus
O julgamento representa um momento decisivo na história recente do Brasil, com grande repercussão política e judicial. O ex-presidente Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, nega todas as acusações.
O caso também ganhou atenção internacional, incluindo manifestações de apoio de figuras como Donald Trump, que classificou o processo como "perseguição política"
Este julgamento pode alterar o futuro político de Bolsonaro — atualmente inelegível até 2030 — além de afetar a estabilidade das instituições democráticas no País. . A mobilização da sociedade, atenção da imprensa e movimentação de aliados serão fatores observados de perto nos próximos dias.