Sintepe convoca paralisação e ato na Alepe para garantir reajuste dos professores: "quem não votar, será traidor da educação"

Sintepe convoca rede estadual para paralisação e pressão sobre deputados na Alepe, em reação ao adiamento da votação do reajuste salarial dos professores

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 07/06/2025, às 10h14

Sintepe esteve durante o que seria a votação na Alepe, mas projeto não foi para plenário por falta de quórum - Pericles Chagas/Sintepe
Sintepe esteve durante o que seria a votação na Alepe, mas projeto não foi para plenário por falta de quórum - Pericles Chagas/Sintepe

Em meio ao impasse político que mantém travada a pauta de votações na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) convocou uma paralisação geral da rede estadual de ensino para esta segunda-feira, 9 de junho. O objetivo é pressionar os parlamentares a votarem o projeto de lei 2698/2025 que trata do reajuste do piso salarial dos professores.

A convocação foi publicada no Instagram oficial do Sintepe e reforçada por vídeo da presidente do sindicato, Ivete Caetano, que convocou a categoria para protestar presencialmente na Alepe. “Nenhuma escola deve abrir, nenhuma escola deve funcionar. Todos devemos comparecer à Assembleia Legislativa às 9h da manhã. Às 14h, haverá a votação do nosso reajuste”, declarou Ivete.

Além da paralisação nas escolas, o sindicato está incentivando a pressão direta sobre os deputados estaduais, por meio de mensagens e cobranças públicas. “Deputado, você vai votar no projeto do reajuste da educação nesta segunda-feira? Quem não votar, será considerado traidor da educação”, diz a legenda da publicação.

Reajuste dos professores

O PL 2698/2025 do reajuste, que prevê correção de 6,27% no piso salarial e estabelece novos critérios de avaliação de desempenho para os profissionais da educação, foi incluído em regime de urgência na pauta da Alepe, mas já teve sua votação adiada por duas sessões consecutivas, por falta de quórum. 

Governistas têm esvaziado o plenário como forma de pressionar pela inclusão de um empréstimo de R$ 1,5 bilhão solicitado pelo Executivo.

Álvaro Porto cobra base do governo

O presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB), atribuiu ao Palácio do Campo das Princesas a responsabilidade pelo adiamento da votação do projeto que trata do reajuste salarial dos trabalhadores da educação. Segundo ele, o esvaziamento do plenário nas últimas sessões ocorreu por orientação direta do governo estadual à sua base aliada.

Em nota oficial, Porto ressaltou que a tramitação foi agilizada pela presidência da Casa, mas que agora cabe à governadora garantir o quórum necessário. “A continuidade do processo depende exclusivamente do Executivo”, afirmou.

Álvaro Porto olha para Raquel Lyra enquanto ela fala ao microfone, ao fundo há diversos homens de ternos

Raquel critica impasse e promete pagamento

Durante reunião com representantes do Sintepe, a governadora Raquel Lyra (PSD) classificou o impasse com a Alepe como um “jogo de perde-perde” e prometeu pagar a folha salarial da educação até o dia 20 de junho, além de rodar uma folha extra para contemplar as progressões previstas no projeto.

Ela disse manter o diálogo com o presidente da Assembleia, mas criticou a oposição por dificultar a tramitação de projetos e nomeações. Apesar do gesto, o sindicato reiterou que seguirá mobilizado até a votação e aprovação do reajuste em plenário.