Terreno do Americano Batista foi desapropriado por R$ 80 milhões, mas oposição cobra que não foi aproveitado até hoje
por Jamildo Melo
Publicado em 05/07/2024, às 15h36
O Governo do Estado não está se entendendo, internamente, sobre quem é responsável pelas despesas ordinárias do antigo Colégio Americano Batista, desapropriado pela governadora Raquel Lyra (PSDB), em fevereiro de 2023.
O site Jamildo.com recebeu a informação de que a Compesa, estatal do Governo do Estado, mandou um ofício para a Secretaria Estadual de Educação, perguntando se deve mandar a conta de água atrasada do Colégio Americano Batista para a Secretaria Estadual de Educação.
"A fim de efetuar as devidas alterações cadastrais, poderiam nos posicionar se a matrícula Colégio Americano Batista - localizado na Rua Dom Bosco 1308, Boa Vista, Recife-PE, será transferido para a responsabilidade da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco. Reforçamos que a matrícula possui uma fatura vencida. Ficaremos no aguardo para dar continuidade às tratativas", disse a Compesa, na cobrança ao Governo do Estado, datada de maio. O documento está em poder da reportagem.
O Blog de Jamildo cobriu toda a controvérsia, ainda não resolvida, sobre a desapropriação do Colégio Americano Batista.
O Blog revelou, em primeira mão, que a governadora fez um pagamento inicial de R$ 16 milhões pela desapropriação, em outubro de 2023, completando o pagamento de R$ 80 milhões, posteriormente.
A oposição cobra da governadora dar uma destinação pública ao terreno.
Em outubro de 2023, após ler matéria no Blog de Jamildo, o deputado estadual Sileno Guedes (PSB) cobrou informações da governadora.
"No dia 1º de outubro de 2023, o Blog de Jamildo noticiou que o Estado de Pernambuco indenizará os proprietários do terreno em R$ 80 milhões, já tendo repassado R$ 16 milhões", informa o deputado, em pedido oficial de informações à governadora.
Sileno, na época, partiu para o ataque e disse que a desapropriação feita por Raquel teve "forma intempestiva".
"Em primeiro lugar, vale realçar a forma intempestiva com que a publicação do decreto ocorreu, sem que qualquer debate ou anúncio prévio tenha sido promovido pelo Poder Executivo com instâncias potencialmente interessadas na questão, como a sociedade civil e as partes envolvidas no imbróglio jurídico de que o terreno é objeto", disse o deputado.
Sileno insinuou que o Governo do Estado, ao fazer o vultoso gasto, estaria sendo supostamente incoerente pelas "constantes declarações da governadora e da vice-governadora do Estado de Pernambuco acerca de um suposto desequilíbrio fiscal vivenciado pelo Governo, o que, se verdade fosse, demandaria da gestão pública ainda mais perícia e prudência na aplicação dos recursos públicos".
O Governo disse, na época, que vai implantar no local um centro de educação, mas até agora não anunciou um prazo sobre o assunto.
Fica aberto o espaço à Compesa e à Secretaria Estadual de Educação, caso queiram acrescentar informações sobre a conta atrasada.
@blogdojamildo