Pernambuco tem até 2033 para atingir a universalização do saneamento básico. Estudo aponta que ação social e ambiental também traria vantagens econômicas
por Cynara Maíra
Publicado em 12/03/2025, às 08h41 - Atualizado às 09h25
No dia do aniversário de Recife e Olinda, o Instituto Trata Brasil divulgou um levantamento sobre o impacto de uma eventual universalização do saneamento para o Turismo em Pernambuco. Recife e Olinda são duas das principais cidades do estado vinculadas com a área turística.
O Trata Brasil aponta que, caso o processo de universalização do saneamento no estado ocorra corretamente, Pernambuco poderia ganhar 261,4 milhões ao ano com turismo, um total de R$ 9,1 bilhões entre 2021 e 2055.
As condições para essa maior valorização turística da região ocorreria a partir de ações na despoluição dos rios e na ampliação da oferta de água tratada para toda população.
A lógica é de que, cidades com melhores condições de saneamento atraem com maior facilidade os turistas.
Apesar da ampliação do setor turístico, esse processo de universalização do saneamento traz custos maiores. De acordo com o Marco Legal do Saneamento, o estado precisaria gastar cerca de R$ 35 bilhões para conseguir a universalização do acesso à água potável e a coleta de esgoto.
O presidente da Companhia de Saneamento de Pernambuco (Compesa), Alex Campos, afirmou no PodJá- O Podcast do Jamildo, que o governo Raquel Lyra (PSD) já teria investido R$ 6 bilhões na área, mas que seria necessário um auxílio da iniciativa privada para chegar na quantia necessária para universalizar o saneamento.
Segundo os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), em 2022, somente 33,8% da população pernambucana tinha coleta de esgoto, enquanto apenas 30,1% desses seria tratado.
Esse índice se acumula à análise do Instituto na época do Carnaval. O grupo demonstra que os locais mais procurados para passar as festividades carnavalescas são áreas com piores índices de saneamento básico.
A ideia é de que talvez a ampliação dos serviços de saneamento, a queda nas perdas hídricas e o turismo melhorassem a situação econômica e a saúde dentro dessas regiões.