Sindicato dos Médicos elege combate à precarização da atividade como principal bandeira de luta para o ano de 2026
por Jamildo Melo
Publicado em 05/12/2025, às 12h29 - Atualizado às 14h23
No almoço de confraternização do Simepe, a presidente Carol Tabosa anunciou que combater a precarização dos vínculos será prioridade em 2026.
Ela destacou que, com a maioria da categoria formada por mulheres, direitos trabalhistas vêm sendo perdidos, afetando até orientações médicas sobre amamentação.
O sindicato pretende atuar junto a gestores municipais, MP, TCE e Ministério do Trabalho para ampliar concursos públicos e evitar editais que estimulem pejotização.
Em balanço de 2025, o Simepe celebrou avanços, como acordo com o Hospital Português e a vitória dos obstetras do Imip, e se prepara para celebrar seus 95 anos no próximo ano.
Nesta semana que passou, em conversa com uma profissional médica, com atuação municipal, fiquei surpreso com o relato sobre os efeitos do avanço da pejotização na categoria.
A jovem médica me contava, como exemplo, as agruras de uma colega que sonhava em ser mãe, mas adiava a maternidade diante da insegurança na carreira. Como PJ, trabalhando sem vínculo, não tem direito a férias ou licença maternidade. Pois bem.
Nesta quinta-feira, fui prestigiar o almoço de confraternização de fim de ano do Sindicato dos Médicos com a imprensa local.
Sem surpresa para nós, a presidente do Simepe, Carol Tabosa, anunciou que o tema será abordado como uma das prioridades para o ano que vem.
"Vamos continuar batalhando pela melhoria salarial e da infraestrutura para o exercício profissional, mas, em 2026, vamos precisar enfrentar na sociedade o debate sobre a precarização do vínculo médico", afirmou.
"Hoje a maioria dos médicos são mulheres. Justamente com esse avanço, alguns direitos estão sendo progressivamente perdidos", pontuou.
"Vejam a ironia: a sociedade brasileira de pediatria orienta seis meses de amamentação e mais dois anos de amamentação complementar. Se a profissional médica, não tem direito a licença maternidade, como vai recomendar tal prática... Qual o futuro disto tudo?"

"No estado todo, temos que agir para combater a precarização, seja com seleções simplificadas, evitando editais que prevejam pejotização", afirmou ao site Jamildo.com.
No caso em questão, a luta será endereçada aos gestores municipais, com a ajuda de órgãos como MP, TCE e MTB, no sentido da realização de mais concursos públicos para os médicos.
"No ambiente privado, temos que ter mais conscientização. Quem escolher este tipo de vínculo, tem que estar ciente dos riscos... vamos respeitar, mas muitos estão entrando de forma forçada", ressaltou.
Com apenas oito meses sob nova direção, o Simepe fez um balanço positivo das vitórias de 2025. Entre as conquistas, Carol Tabosa listou um acordo coletivo com o Hospital Português e o bem sucedido movimento dos médicos obstetras do Imip, em busca de reconhecimento ao trabalho. Eles completaram um ano com mortalidade neonatal zero.
No ano que vem, a entidade completa 95 anos de fundação e atividades sindicais. Em abril deste ano, em uma eleição histórica, o Simepe elegeu Carol Tabosa e Jamilly Leite como as primeiras mulheres presidente e vice-presidente do sindicato.