Gestão João Campos terá 7% a mais de recursos no ano eleitoral. Até político do PSB reclamou de cortes em emendas ao texto do orçamento
por Cynara Maíra
Publicado em 26/11/2025, às 11h04 - Atualizado às 11h21
Aprovação: A Câmara aprovou a LOA 2026 (R$ 10,55 bilhões) e o PPA 2026-2029 após 5 horas de sessão.
Queixa da Base: O vereador Agora É Rubem (PSB) reclamou publicamente que o governo rejeitou quase todas as suas 218 emendas.
Segurança: Thiago Medina (PL) destinou verba de emenda para comprar fuzis para o Bope e equipar a Guarda Municipal.
Maiores Fatias: Urbanismo (R$ 2,3 bi), Educação (R$ 1,96 bi) e Saúde (R$ 1,24 bi) concentram os maiores volumes de recursos do Tesouro.
Crédito Extra: O texto autoriza João Campos a remanejar até 15% do orçamento por decreto.
A Câmara Municipal do Recife aprovou na terça-feira (25) o planejamento financeiro que guiará a gestão do prefeito João Campos (PSB) no próximo ano.
Em uma sessão que durou mais de cinco horas, os vereadores validaram o Projeto de Lei do Executivo (PLE) 27/2025, que fixa a Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2026 em R$ 10,55 bilhões. Os parlamentares também usaram o tempo para votar o Plano Plurianual (PPA) de 2026 até 2029.
O montante representa um crescimento de 7,08% em relação ao orçamento de 2025. A vitória do Executivo ocorreu sob queixas da oposição e de membros da base aliada devido à rejeição da maioria das emendas parlamentares.
Desses R$ 10,5 bilhões, as áreas de urbanismo (com R$ 2,31 bilhões), educação (R$ 1,96 bilhão) e saúde (R$ 1,24 bilhão) são as com maiores fatias do orçamento.
O documento também autoriza o Poder Executivo a abrir créditos suplementares de até 15% do total da despesa.
Dos R$ 10,55 bilhões previstos, R$ 8,77 bilhões provêm de recursos do Tesouro Municipal, enquanto R$ 1,77 bilhão virá de outras fontes. A proposta segue agora para sanção do prefeito.
A discussão no plenário expôs a insatisfação dos legisladores com a articulação política para a liberação de verbas específicas. No texto do PPA, os vereadores apresentaram 925 emendas, mas a Comissão de Finanças e Orçamento aprovou apenas 61.
O vereador Agora É Rubem (PSB), integrante do partido do prefeito, utilizou a tribuna para lamentar o corte. O parlamentar apresentou 218 propostas, que incluíam desde contenção de encostas até auxílios para mães atípicas, mas viu apenas quatro avançarem.
"Fiquei muito triste no dia de ontem quando recebi o expediente da Casa. Só foram aprovadas quatro emendas", afirmou o socialista.
Na Lei Orçamentária Anual (LOA), o cenário se repetiu. De 198 emendas apresentadas, 67 receberam o sinal verde. O vereador Thiago Medina (PL) direcionou suas emendas aprovadas para a segurança pública.
O parlamentar destinou R$ 100 mil do orçamento, divididos entre a Guarda Municipal e a compra de fuzis e coletes para o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Já o vereador Eduardo Moura (Novo) criticou a negativa de todas as suas sugestões ao PPA, mas emplacou três emendas na LOA voltadas para a saúde. Moura destinou recursos para a compra de computadores na USF da comunidade do Vietnã e uma máquina de raio-X para a Policlínica Amauri Coutinho.
O líder da oposição, Felipe Alecrim (Novo), teve três emendas aprovadas e elogiou a cortesia do relator Samuel Salazar na condução das reuniões prévias, embora tenha reclamado da rejeição de propostas sobre empreendedorismo.
O líder do governo, Samuel Salazar (MDB), defendeu a peça orçamentária e classificou o orçamento como "sólido e responsável".