Pernambuco cresce em número de emprego formais, lidera no Nordeste e fica em 3º no Brasil

Estado de Pernambuco registra saldo recorde na criação de empregos formais, com avanço na geração de vagas em diversos setores, puxado pela indústria

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 17/11/2025, às 17h53

Foto da Carteira de Trabalho em sua verssão impressa, em primeiro plano. O resto do cenário está desfocado, só a carteira de trabalho aparece facada
Segundo alguns advogados, a auditoria pode violar a Lei Geral de Proteção de Dados Pesoais (LGPD) - Foto: Pedro Ventura / Agência Brasil

Pernambuco criou 15.602 empregos formais em setembro, terceiro melhor resultado do país.

Estado mantém a maior taxa de desemprego do Brasil, com 10,4%, segundo o IBGE.

Especialistas apontam causas estruturais, como baixa diversificação e desigualdade histórica.

Construção civil perdeu 86 mil ocupações desde 2013; retomada depende de investimentos e qualificação.

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Pernambuco registrou, em setembro, 15.602 novos postos de trabalho com carteira assinada, segundo o Novo Caged, divulgado pelo Ministério do Trabalho. O resultado manteve o estado na liderança da geração de empregos no Nordeste e na terceira colocação do país, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais.

De janeiro a setembro, o saldo acumulado chegou a 61.620 vagas formais, dando continuidade ao ritmo de expansão iniciado em 2023. Desde o início da atual gestão estadual, foram criados 172.700 empregos com carteira assinada.

Para a economista Juliana Benevides, o desempenho está ligado à retomada de obras públicas e privadas, ao fortalecimento do setor de serviços e à expansão da construção civil. “O ambiente de negócios vem melhorando e isso tem ampliado a confiança do empresariado”, afirmou.

Em setembro, a indústria liderou os resultados, com 8.367 vagas abertas, seguida pela agropecuária (2.814), construção civil (2.354), comércio e serviços. Para Benevides, o avanço é consistente, mas ainda exige atenção à diversificação produtiva. “O saldo positivo mostra que o Estado está conseguindo reagir e manter um ritmo de geração de empregos”, disse.

O cenário nacional, segundo a economista, também impõe desafios operacionais no médio prazo, principalmente com a transição tributária. “É um processo que demanda previsibilidade regulatória e planejamento fiscal para manter o apetite por novos investimentos”, avaliou. Fatores externos, como tensões comerciais internacionais, também influenciam o comportamento da indústria e do comércio exterior.

No trimestre, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua ficou em 10,4%. O dado integra o conjunto de indicadores do mercado de trabalho, mas, segundo Benevides, deve ser analisado no contexto da atual reestruturação produtiva. “Grande parte das vagas geradas está em setores que respondem mais rapidamente às oscilações econômicas. Por isso, é natural que a consolidação da ocupação leve mais tempo”, observou.

Ainda segundo ela, as recentes mudanças no sistema de impostos e a discussão sobre a reforma tributária têm trazido avanços estruturais, mas também geram cautela no curto prazo, principalmente em setores de capital intensivo, como a construção, logo, "o estado precisará investir em diversificação produtiva e em políticas de estímulo mais consistentes, que fortaleçam a indústria sem depender exclusivamente de ciclos pontuais da construção civil", disse.

Segundo a economista, pensando a médio prazo, desafios adicionais devem ser notados, especialmente pela reforma tributária. "Essa transição exigirá planejamento fiscal e clareza regulatória para evitar que o empresariado adote uma postura ainda mais cautelosa em relação a novos investimentos. Além disso, o cenário internacional segue pressionado por tensões comerciais e oscilações nas cadeias produtivas globais, fatores que impactam diretamente a indústria e o comércio exterior de Pernambuco", afirmou.

O sociólogo Sidartha Soria e Silva, professor da UFPE, disse à Folha de S.Paulo que é necessário esforço do estado em parceria com a iniciativa privada. "É um esforço conjunto entre políticas públicas e iniciativa privada para sustentar o ritmo de geração de trabalho”, afirmou.