Audiência pública na Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional trata do desenvolvimento do Vale do Catimbau, em Pernambuco
por Jamildo Melo
Publicado em 19/11/2025, às 07h21 - Atualizado às 07h34
O deputado Pedro Campos realizou audiência pública para discutir o desenvolvimento sustentável do Vale do Catimbau, área que abriga o Parque Nacional do Catimbau, um dos maiores sítios arqueológicos do país.
Ele destacou a importância de integrar preservação ambiental, valorização cultural e geração de renda para as comunidades locais.
O Ministério do Empreendedorismo coordena ações que incluem apoio a pequenos negócios, fortalecimento de cadeias produtivas e iniciativas de bioeconomia.
Também foram apresentados projetos de turismo, tecnologia e capacitação de empreendedores para impulsionar o desenvolvimento regional.
A proposta geral é construir, com participação social, um modelo sustentável que aproveite o potencial natural, cultural e econômico do território.
O deputado federal Pedro Campos (PE) promoveu, na Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, audiência pública sobre o desenvolvimento sustentável do Vale do Catimbau, em Pernambuco.
A região abriga o Parque Nacional do Catimbau, considerado o segundo maior sítio arqueológico do país, com mais de 40 áreas de pinturas rupestres registradas.
Durante a audiência, o parlamentar defendeu a importância de pensar o desenvolvimento da região de forma integrada e inclusiva.
“O Parque Nacional do Catimbau não é só patrimônio do povo pernambucano, é um patrimônio do Brasil. Abriga uma biodiversidade riquíssima e culturas ancestrais que precisam ser valorizadas. Queremos potencializar iniciativas já existentes e garantir que o desenvolvimento chegue para quem vive ali, respeitando o meio ambiente e gerando oportunidades”, afirmou Pedro Campos, em informe ao site Jamildo.com.
A iniciativa foi articulada pelo secretário-executivo do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), Tadeu Alencar, que coordena um grupo multissetorial voltado à elaboração de plano de desenvolvimento para o território.
A audiência reuniu representantes do governo federal, lideranças comunitárias, organizações da sociedade civil e gestores públicos para debaterem políticas de desenvolvimento que aliam preservação ambiental, valorização cultural e geração de renda.
“Nosso papel é articular iniciativas públicas e privadas para transformar o Vale do Catimbau em um território de desenvolvimento sustentável, conectando políticas, parceiros e oportunidades que gerem impacto social, econômico e ambiental positivo”, afirmou Tadeu.
Segundo ele, o parque é um ativo estratégico que pode impulsionar o empreendedorismo local, fortalecer cadeias produtivas, como a do licuri - fruto de uma palmeira nativa da Caatinga - e promover inclusão social.
O MEMP vai promover atividades de desenvolvimento e valorização dos artesãos, oferecer crédito para MEIs e pequenas empresas pelo Programa Acredita, e ampliar oportunidades de negócios locais com o Programa Contrata Mais – que conecta compradores públicos a fornecedores.
Na ocasião, o deputado federal Pedro Campos destacou a mobilização para viabilizar, no Congresso, o Fundo de Preservação da Caatinga, e mencionou avanços recentes para destravar sua tramitação.
De acordo com ele, o Fundo também poderá contribuir para o desenvolvimento dessa região, que possui uma das maiores áreas contínuas de caatinga preservado do país.
Para o chefe do Parque Nacional do Catimbau, Jailton Fernandes, do ICMBio, a integração entre conservação ambiental e inclusão das comunidades locais é essencial.
“As pessoas que moram no parque são parte do meio ambiente. Nosso lema hoje é proteger a natureza com as pessoas. Essa iniciativa liderada pelo Ministério do Empreendedorismo ajuda a mudar a visão de que o parque existe para impedir a vida das pessoas. Ao contrário: ele é uma oportunidade”, afirmou.
Com IDH abaixo da média estadual e baixa infraestrutura, os municípios de Buíque, Ibimirim e Tupanatinga — que integram a área do parque — enfrentam desafios históricos.
São cerca de 112 mil habitantes e cerca de 2.250 microempresas, empresas de pequeno porte e MEIs.
O objetivo é construir, com participação social, um modelo de desenvolvimento que leve em conta as características e potencialidades do território.
Entre as ações já em andamento, estão a criação de um laboratório de soluções sustentáveis e bioeconomia, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, no âmbito do programa “Política com Ciência”; além de um projeto com o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô e o TikTok Brasil, que realiza o escaneamento 3D do parque para torná-lo acessível em realidade virtual.
A iniciativa também promove capacitação de pequenos empreendedores locais em marketing digital, vendas e outras habilidades essenciais, fortalecendo o turismo de base comunitária, o pertencimento e o protagonismo das comunidades locais.
O representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Vinícius Moraes de Almeida, destacou que muitos dos projetos e ideias debatidos na audiência podem ser viabilizados com apoio do Ministério.
A gerente do Sebrae Agreste Meridional, Amanda dos Santos, citou projetos realizados desde 2003, como o premiado “Sua Excelência, o Turismo”, e outros mais recentes, como o Rotas do Agreste, que qualificou empreendedores locais em turismo de aventura, gastronomia e marketing digital.
Segundo ela, novas ações já estão previstas. “Com base na visita institucional feita este ano, vamos desenvolver, em 2026 e 2027, um projeto em parceria com o Sebrae Nacional para estruturar ainda mais o produto turístico do Vale do Catimbau”, afirmou.