Isenção do IR proposta por Lula vai zerar imposto de ao menos 26 milhões de pessoas

Com isenção do IR, quem ganha até R$ 5 mil por mês não vai mais pagar Imposto de Renda a partir de 2026. Hoje, a faixa de isenção vai até R$ 2.259,20

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 19/03/2025, às 14h22 - Atualizado às 14h35

Lula e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Joédson Alves/Agência Brasil
Lula e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Joédson Alves/Agência Brasil

Depois de anunciar o projeto, nesta terça-feira, em bate-papo com radialistas na quinta (20), a partir das 8h, o ministro Fernando Haddad, titular da Fazenda, apresenta impactos da ampliação da isenção e trata também do Crédito do Trabalhador

No programa com radialistas de várias regiões do país, Haddad vai detalhar o projeto de lei enviado ao Congresso Nacional que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF).

Se aprovado no Legislativo ainda este ano, quem ganha até R$ 5 mil por mês não vai mais pagar Imposto de Renda a partir de 2026. Hoje, a faixa de isenção vai até R$ 2.259,20.

Além disso, o texto prevê desconto parcial para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.

Segundo a Receita Federal, 90% dos brasileiros que pagam Imposto de Renda (cerca de 90 milhões de cidadãos) estarão na faixa da isenção total ou parcial.

Não é só. 65% dos declarantes do IRPF (mais de 26 milhões) serão totalmente isentos.

"Trata-se da maior alteração na tabela do Imposto de Renda da história recente do Brasil", afirma o ministro.

"Serão 10 milhões de brasileiros beneficiados pela nova isenção do Imposto de Renda. Somando esse público aos 10 milhões já beneficiados pelas mudanças de 2023 e 2024, são 20 milhões de pessoas que deixam de pagar Imposto de Renda desde o início da atual gestão do Governo Federal, em 2023".

De acordo com uma pesquisa da Quaest divulgada nesta quarta, compartilhada com o site Jamildo.com, o mercado acredita que as propostas de gastos (saque FGTS e isenção do IR) tem alta probabilidade de serem aprovadas no Congresso; mas não acredita que as propostas de compensação (como a taxação de quem ganha acima de 50 mil) passem. A pesquisa ouviu 106 dos maiores agentes do mercado financeiro em São Paulo e Rio de Janeiro entre 12 e 17/03.