Ferrovia Transnordestina ligará o Porto de Pecém, no Ceará, e o Porto de Suape, em Pernambuco, ao cerrado do Piauí, impulsionando logística do Nordeste
por Jamildo Melo
Publicado em 25/03/2025, às 10h36 - Atualizado às 10h47
O leilão das cotas escriturais do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), realizado na Bolsa de Valores do Brasil (B3), arrecadou R$ 800 milhões.
Nesta semana, a Sudene se apressou em informar que os recursos serão destinados às obras da ferrovia Transnordestina, por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), administrado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
O Finor está encerrando suas atividades e, segundo o Banco do Nordeste, foram negociadas 939 bilhões de cotas.
Eduardo Tavares, secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, enfatizou a importância de alocar esses recursos em projetos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
“Graças ao esforço conjunto entre Governo Federal e Congresso Nacional, estamos garantindo R$ 800 milhões com impactos positivos para todo o país”, destacou.
O Novo PAC é responsável por promover a implementação, retomada e conclusão de obras em áreas como infraestrutura hídrica, mobilidade urbana, habitação, educação, energia e saúde. No entanto, a obra acabou sendo desvirtuada em favor do Ceará, deixando o ramal de Pernambuco para trás. Conforme registrou o site Jamildo.com, na época, a medida ocorreu no apagar das luzes do governo Bolsonaro, mas o governo Lula não desmanchou o desfecho, em função de acordo político no Nordeste com aliados do Piauí, Ceará e Maranhão.
A ferrovia Transnordestina ligará o Porto de Pecém, no Ceará, e o Porto de Suape, em Pernambuco, ao cerrado do Piauí, com uma extensão total de 1.753 km. Futuramente, ela poderá se conectar à ferrovia Norte-Sul, em Porto Franco (MA). A fase 1 das obras, entre o Piauí e Pecém, já alcançou 72% de avanço físico.
Em janeiro de 2025, o MIDR aprovou a liberação de R$ 400 milhões do FDNE para apoiar as obras, reforçando a importância logística e econômica da ferrovia. Considerada essencial para o transporte de grãos, minérios, combustíveis e fertilizantes, a Transnordestina promete impulsionar diversos arranjos produtivos na região.