Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte, defendeu parcerias com o mundo para desenvolver o Nordeste brasileiro, em seminário no BNB
por Jamildo Melo
Publicado em 20/07/2024, às 12h55
Fortaleza - Ao lado do diretor de Planejamento do BNB, José Aldemir Freire, a governadora do Rio Grande do Norte e presidente do Consórcio Nordeste Fátima Bezerra defendeu, em seminário em Fortaleza, alusivo aos 72 anos do banco, que os Estados do Nordestese voltem para o exterior como vetor de crescimento.
"Nos últimos anos, a gente estava lutando, buscando sobreviver em meio a uma conjuntura hostil, onde a cooperação foi desprezada. Mas o diálogo está de volta, podemos dar passos concretos, isto é inspirador e reforça a esperança. Com o governo Lula, temos a retomada das relações diplomáticas e isto pesa. A agenda de transição energética dialoga com essa nova indústria que estamos tentando atrair para a região", afirmou, explicando que realizou missões internacionais pelo Consórcio Nordeste para Europa e China e não pode contar com a ajuda da diplomacia brasileira, no governo Bolsonaro.
"Esse diálogo com o mercado externo é fundamental para os desafios de logística, infraestrutura portuária e ferroviária da região. No caso do hidrogênio verde, estivemos na Holanda, na Belgica e na Alemanha e era visível o interesse e o entusiasmo em relação ao Brasil, de olho na transição energética. Agora nos precisamos avançar na segurança jurídica. Cadê o marco regulatório do programa nacional de hidrogênio verde?", cobrou.
"No parlamento europeu, eles ficaram impressionados com a unidade e representatividade de nove estados reunidos. Temos a segunda maior densidade populacional do Brasil, com 55 milhões de pessoas, um potencial de mercado significativo, com uma localização geográfica mais próxima da Europa"
No evento, a governadora Fátima Bezerra revelou que está criando, no município de Caiçara do Norte, um porto multi propósito de águas profundas, com perfil voltado para mobilizar a indústria off shore, a exemplo das empresas que operam com hidrogênio verde.
"Os estudos do Parque RN estão sendo tocados pelo BNDES. Precisamos do apoio do governo Federal. Não podemos desperdiçar esta oportunidade. Já nos atrasamos demais", afirmou.
No mesmo evento, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento da Indústria (ABDI), Ricardo Capelli, defendeu a exploração de petróleo na margem equatorial do Brasil, do Amapa (margem Norte) ao Rio Grande do Norte (margem sul). "A Guiana foi o País que mais cresceu no planeta, com uma taxa de 38%, explorando petróleo", disse.
O Rio Grande do Norte já se destaca com a produção eólica, onde se mantém há dez anos na liderança do setor nacionalmente. Existem 1005 parques eólicos no Brasil e 957 estão no Nordeste. Só o RN conta com 305.
Na sua palestra no seminário do BNB, Fátima Bezerra disse que estava abrindo uma nova frente de trabalho na área de agricultura e que avançou no diálogo com a China, visando a mecanização da produção da agricultura familiar.
"Com o apoio da embaixada, nosso desafio é trazer o desenvolvimento industrial para o Nordeste. Temos equipamentos sendo testados no RN. Vamos avançar no sentido de instalar estas fábricas no Nordeste, com financiamento do BNB. Um equipamento que hoje custa R$ 50 mil pode cair para R$ 12 ou R$ 15 mil. Além de baratear os custos de produção da agricultura familiar, podemos trazer indústrias para o Ceará, Rio Grande do Norte e o Nordeste, com empregos para o nosso povo", afirmou.
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