Levantamento do MDS aponta que Bolsa Família aumenta empregos formais entre mães, reduz indisponibilidade ao trabalho e impacta a educação infantil
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 30/09/2025, às 18h32
Mães beneficiárias do Bolsa Família registraram crescimento de 7,4% no índice de empregos formais, em comparação à média observada antes de ingressarem no programa. Os resultados mais expressivos foram verificados entre mães de crianças com idades entre 3 e 6 anos.
As informações constam em estudo do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), elaborado pela Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único (Sagicad).
O levantamento aponta também que cerca de um terço das mulheres declarou não estar disponível para aceitar uma oferta de emprego, enquanto entre os homens esse percentual foi de 10%. O principal motivo citado foi a necessidade de cuidar do domicílio, apontado por 20% das respondentes.
O estudo indica ainda que o Bolsa Família reduz em 4,2% a probabilidade de mulheres estarem indisponíveis para o mercado formal de trabalho. Os efeitos se mostraram mais relevantes em regiões de maior vulnerabilidade e em localidades onde há maior volume de gastos municipais em saúde e educação.
Outro aspecto destacado na pesquisa é a ligação entre a inserção das mães no mercado de trabalho e a matrícula escolar das crianças.
O Bolsa Família estabelece como regra de acesso que crianças de 4 e 5 anos tenham frequência escolar mínima de 60%, e que crianças e adolescentes de 6 a 18 anos alcancem ao menos 75%.
No caso de crianças entre 3 e 6 anos, a cobertura educacional pública ainda não é universal. Nessa faixa etária, o programa tem funcionado como apoio para que mães consigam conciliar responsabilidades de cuidado com oportunidades de trabalho.
O estudo intitulado “Transferência de renda e participação feminina no mercado laboral: o caso do Programa Bolsa Família” foi publicado na 40ª edição do Caderno de Estudos, série que reúne pesquisas e avaliações sobre programas sociais produzidos pelo MDS.