Revitalização Cais José Estelita transforma espaço e mobilidade no Recife

Novo sistema viário, que conta com 90% de obras concluídas, substituirá o antigo traçado da Avenida Engenheiro José Estelita a partir de 15 de junho.

Ana Luiza Melo

por Ana Luiza Melo

Publicado em 07/05/2025, às 13h19

Modelo de projeção do Novo Cais. - Divulgação
Modelo de projeção do Novo Cais. - Divulgação

O projeto de requalificação do Cais José Estelita, realizado em parceria da Prefeitura do Recife com a construtora Moura Dubeaux está finalmente tomando corpo e ainda mais perto de beneficiar a população. A iniciativa inclui a construção do Parque do Cais, com mais de 33 mil metros quadrados, e do Parque da Memória Ferroviária, com 55 mil metros quadrados, integrados a um novo sistema viário que conectará o Centro à Zona Sul. A iniciativa envolve investimentos estimados em R$ 140 milhões.

Com aproximadamente 90% das obras concluídas, o novo sistema viário substituirá o antigo traçado da Avenida Engenheiro José Estelita por duas vias paralelas com três faixas de rolamento, além de ciclovias e calçadas mais amplas. 

Sistema Viário e infraestrutura

De acordo com Eduardo Moura, diretor de Incorporação da Moura Dubeux, o novo sistema viário será entregue no dia 15 de junho e em seguida serão iniciadas as obras do Parque da Orla, que será concluído até o primeiro semestre de 2026.

“Essa obra é muito significativa para o bairro de São José, pois cria integração urbana e facilita o acesso à orla. Teremos um parque com área de lazer e contemplação e, além disso, o Parque da Memória Ferroviária, reforçando o vínculo com a história da cidade”, afirmou.

O projeto, que conta com a participação do Consórcio Novo Recife, da Prefeitura do Recife, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), prevê ainda a implantação de ciclovias bidirecionais, iluminação em LED, redes subterrâneas de energia, água, esgoto, internet e gás natural. Um novo sistema de drenagem será instalado para reduzir os pontos de alagamento na região de São José, que também já recebeu a restauração da Igreja Matriz.

O que muda no trânsito: o condutor que se desloca no sentido centro–zona sul passará a transitar pela nova Avenida Isaac Azoubel, que percorre a parte de trás dos empreendimentos imobiliários e se conectará ao sistema viário do Cabanga.

A faixa de rolamento anteriormente destinada ao sentido centro–zona sul, agora será utilizada no sentido oposto, zona sul–centro. Com relação ao transporte público, de acordo com Eduardo Moura, os ônibus terão vias expressas pela Rua Imperial e pela Avenida Sul.

Parque da Orla 

Previsto para começar no primeiro semestre de 2025, o Parque da Orla será um dos maiores espaços públicos de lazer do Recife, com mais de 33 mil metros quadrados. Localizado na região do Cais José Estelita, o projeto prevê a criação de 1,7 quilômetros de ciclovias, calçadas amplas e acessíveis, áreas de convivência, espaços contemplativos, arborização e infraestrutura voltada ao conforto térmico.

Uma das principais intervenções será a transformação da antiga alça do viaduto próximo ao Cabanga, que antes funcionava como um canteiro rodoviário isolado, em uma área verde integrada ao parque, com lago, vegetação nativa e paisagismo planejado. 

Parque da Memória Ferroviária 

O Parque da Memória Ferroviária será implantado na região compreendida entre o Forte das Cinco Pontas e o antigo eixo ferroviário voltado ao transporte de açúcar, trecho que abrigou a segunda linha de trem do Brasil, inaugurada após a Rio de Janeiro–Petrópolis. 

O vice-prefeito do Recife, Victor Marques, representou o prefeito João Campos na coletiva de imprensa desta quarta-feira (07) e celebrou os avanços do projeto. Ele pontuou que o Parque da Memória Ferroviária é muito simbólico e deve se tornar um novo ponto turístico da cidade.

Marques agradeceu aos órgãos federais, estaduais e municipais envolvidos no acordo para a viabilidade e realização do projeto que entregará equipamentos de uso público sem custos à Prefeitura. O vice-prefeito também explicou que a Prefeitura pretende utilizar os galpões ferroviários que serão completamente restaurados para uso sociocultural. 

Uma esplanada central ligará os dois parques, conectando os pedestres da Avenida Dantas Barreto à orla da Bacia do Pina, promovendo integração urbana e fluidez na circulação. O projeto também prevê a restauração de bens tombados pelo Iphan, incluindo a antiga estação ferroviária, a caixa d’água e cerca de 30 galpões casarios, totalizando aproximadamente 8 mil m².

Os galpões, que anteriormente armazenavam açúcar, serão restaurados com um investimento de R$ 12 milhões. No total, os recursos destinados à recuperação dos bens históricos somam R$ 30 milhões, com previsão de execução em um ano e meio. A primeira fase das intervenções começará em junho deste ano, com foco na recuperação da caixa d’água e dos galpões próximos ao viaduto, conectando o Parque da Orla ao Parque da Memória Ferroviária.

Segundo a Prefeitura, o projeto do Parque da Memória Ferroviária ainda passa por detalhamento técnico e depende da aprovação de órgãos como o Iphan, a Prefeitura do Recife e a Fundarpe. Após essas autorizações, será possível captar recursos públicos em diferentes esferas para viabilizar a implementação do parque.