Pernambuco se une a outros estados e adere a movimento mundial de preservação e restauração de manguezais
Pernambuco, Pará e Sergipe aderem ao movimento global Mangrove Breakthrough, que busca restaurar 15 milhões de hectares de manguezais até 2030
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 07/11/2025, às 14h53
Pernambuco, Pará e Sergipe aderem ao movimento internacional de proteção dos manguezais.
Iniciativa pretende mobilizar US$ 4 bilhões e restaurar 15 milhões de hectares até 2030.
Compromissos reforçam a inclusão dos manguezais em políticas de clima e pesca.
Adesões ocorrem às vésperas da COP30, que será sediada em Belém.
Os governos de Pernambuco, Pará e Sergipe anunciaram adesão ao movimento global Mangrove Breakthrough, voltado à conservação e restauração de manguezais — ecossistemas essenciais para o equilíbrio climático, a pesca e a segurança das comunidades costeiras. A cidade de Aracaju (SE) também formalizou sua participação.
A iniciativa busca mobilizar US$ 4 bilhões até 2030 para proteger e restaurar 15 milhões de hectares de manguezais no mundo. O Brasil já havia endossado o movimento em junho deste ano, durante a Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC/2025).
Os novos compromissos fortalecem a proteção da maior faixa contínua de manguezais do planeta, localizada entre o litoral norte e parte do nordeste brasileiro. O país abriga a segunda maior área de mangues do mundo. Com a adesão, os governos estaduais passam a incluir a proteção dos manguezais em planos de clima, pesca e adaptação costeira, alinhando políticas ambientais às metas de desenvolvimento sustentável.
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“O apoio dos estados brasileiros envia um sinal poderoso. Os líderes locais estão colocando a natureza no centro da construção da resiliência de suas comunidades”, afirmou Ignace Beguin Billecocq, diretor executivo do Mangrove Breakthrough Hub. Segundo ele, conservar e restaurar manguezais é “uma das soluções climáticas mais eficazes e acessíveis disponíveis”.
Relevância para o clima e para a COP30
As adesões ocorrem em um momento considerado estratégico, com o Brasil se preparando para sediar a COP30, em Belém. Para Monique Galvão, diretora executiva da Rare Brasil, a mobilização dos governos regionais demonstra um compromisso conjunto. “O futuro dos manguezais depende das pessoas que vivem com eles e cuidam deles todos os dias — os verdadeiros guardiões dos manguezais.”
O movimento também evidencia a liderança climática local, com participação de comunidades tradicionais, pescadores e gestores públicos. “O que vemos é um exemplo de como políticas positivas para os manguezais podem unir todos os níveis de governo em torno de resultados concretos”, avaliou Nátali Piccolo, diretora do Programa Marinho e Costeiro da Conservation International Brasil.
Do compromisso à execução
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), destacou que o estado tem aproximadamente 3,9 mil km² de manguezais, parte do maior cinturão contínuo do mundo.
“Este compromisso reflete nossa visão de garantir que os manguezais sejam valorizados, financiados e protegidos como ecossistemas vitais para as pessoas, o clima e a biodiversidade”, disse.
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O Mangrove Breakthrough atua também em parceria com a Coastal 500, rede global que reúne prefeitos e líderes locais comprometidos em fortalecer comunidades costeiras e promover resiliência frente às mudanças climáticas. A iniciativa inclui representantes do Brasil, Indonésia, Filipinas e Moçambique.
“As comunidades costeiras amazônicas são as guardiãs do nosso território. Apoiar essas comunidades significa garantir a preservação da Amazônia para todo o mundo”, afirmou Hamilton Brito, prefeito de Curuçá (PA) e integrante da rede.
