Fora da curva, João Campos faz o que o pai Eduardo e o bisavô Arraes jamais fizeram

Fora da curva é fazer algo diferente da maioria, não ser medíocre. João Campos, chamado por empresários locais de menino "mijão", supera expectativas

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 06/07/2024, às 01h12

Entrega da primeira etapa da Tamarineira foi a cereja do bolo, nesta sexta-feira - PCR/Divulgação
Entrega da primeira etapa da Tamarineira foi a cereja do bolo, nesta sexta-feira - PCR/Divulgação

É verdade que os tempos são outros, mas o prefeito João Campos (PSB), com a gigantesca operação de concessão de quatro parques da cidade, vai além do que fizeram o pai Eduardo Campos e o avô Miguel Arraes.

No mesmo dia em que a PCR já havia entregue a primeira etapa do Parque da Tamarineira,desencalacrando uma caveira de burro de 20 anos, nesta sexta, o consórcio Parques do Brasil arrematou leilão e assumirá a operação dos parques Parques Jaqueira (Jaqueira), Dona Lindu (Boa Viagem), Santana (Santana) e Apipucos (Apipucos) pelos próximos 30 anos.

Com a operação, a Prefeitura do Recife informou que garantiu R$ 413 milhões de investimentos privados em quatro parques urbanos.

Para os leitores atentos do blog de Jamildo nenhuma novidade, uma vez que antecipamos a operação ainda no ano passado, com uma reportagem especial sobre zeladoria na cidade.

Operando fora da curva, de forma excepcional, a iniciativa de João Campos de realizar a concessão dos parques da cidade para a iniciativa privada é elogiável, do ponto de vista administrativo, uma vez que permite economizar recursos que podem ser gastos em área prioritárias. Ontem mesmo, o Datafolha apontou que a população demanda mais serviços de saúde e segurança.

Do ponto de vista político, também temos aqui um avanço, se comparado com a esquerda atrasada, que, de forma demagógica, vê o mal em qualquer ação da iniciativa privada. Como sou um pouquinho mais velho, sou do tempo que se ouvia de Arraes que não concederia incentivos para o setor de turismo porque era algo que beneficiaria apenas os ricos, como se a hospedagem dos bem nascidos não gerasse emprego e renda, seja em Porto de Galinhas, Guadalupe ou no Crato.

Penso que também tenha sido importante que o leilão tenha sido realizado na B3, com a transparência exigida pelo novo mercado. Trata-se de ano de eleições, em que suspeições e acusações de irregularidade tornam-se práticas corriqueiras para destruir a reputação dos adversários, a qualquer custo, em busca do poder.

Escrevam ai: o próximo a ser repassado para a iniciativa privada será o parque Eduardo Campos, em construção no Pina. O blog antecipou ainda em 2023.

"A concessão de quatro parques urbanos representa um marco na história do Recife e um salto de qualidade nos serviços prestados à população. É importante ressaltar que em todos eles o acesso continuará totalmente gratuito, previsto inclusive em lei, garantindo a democratização desses espaços para o convívio social, a prática esportiva e a contemplação do meio ambiente", explico o secretário de Planejamento e Gestão do Recife, Felipe Matos.

"A Prefeitura do Recife fiscalizará as empresas concessionárias, cobrando a oferta de serviços à altura do que já oferecemos à população. Por outro lado, os recursos que até então a gestão municipal emprega na manutenção e conservação desses espaços deverão ser empregados em novos investimentos para a cidade, como o reforço na infraestrutura e construção de novas creches, por exemplo".

O acesso a esses espaços permanecerá gratuito, conforme previsto na Lei Municipal nº 18.824/21.

O que é o consórcio Parques do Brasil

O consórcio Parques do Brasil - formado pelas empresas Aqui é Brasil Parques LTDA, BG Promoções e Eventos Musicais LTDA EPP e R N B Rodrigues Turismo - apresentou uma oferta de R$ 198.306,75 para o bloco A e de R$ 140.599,91 para o bloco B, ambos com mesmo percentual de ágio, de 30%.

Com o contrato firmado, projeta-se que a futura concessionária proverá investimentos que totalizam mais de R$ 279 milhões para o bloco A, sendo R$ 35,8 milhões em CAPEX e R$ 243,2 milhões em OPEX durante o período de contrato. 

Já para o bloco B, espera-se que a futura concessionária promova investimentos que totalizam mais de R$ 134,4 milhões para o Bloco B, sendo R$ 13,8 milhões em CAPEX e R$ 120,5 milhões em OPEX durante o período de contrato.

O consórcio vencedor compromete-se a realizará uma série de intervenções nos quatro parques, como reforma e manutenção de teatro, galeria e quiosques e depósitos dos vendedores ambulantes, melhorias nas pistas de cooper e ciclovia, requalificação de banheiros, instalação de bebedouros, bancos e lixeiras, a obtenção de certificação ambiental, dentre outras iniciativas.

O projeto é coordenado pela Secretaria de Planejamento, Gestão e Transformação Digital (SEPLAGTD), através da Secretaria Executiva de Parcerias Estratégicas (SEPE), em conjunto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

@blogdojamildo