CSI da vida real em Pernambuco: peritas papiloscopistas revelam histórias de investigação

Presidente e vice da associação da categoria, detalham como a papiloscopia ajuda a elucidar crimes, localizar desaparecidos e garantir segurança documental

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 14/06/2025, às 10h55

Peritas Papiloscopistas de Pernambuco em entrevista no PodJá - JAMILDO.COM
Peritas Papiloscopistas de Pernambuco em entrevista no PodJá - JAMILDO.COM

Pollyanna Marinho e Ana Cristina Silva, apresentaram o trabalho da Associação dos Peritos Papiloscopistas de Pernambuco que atua, muitas vezes, como o verdadeiro “CSI da vida real”, no PodJá - o podcast do Jamildo. Com formação técnica especializada e atuação em locais de crime, no Instituto de Medicina Legal (IML) e em bancos de dados de identificação, as peritas defendem a valorização da perícia papiloscópica e reforçam o papel essencial dos profissionais na elucidação de crimes, no combate a fraudes e na identificação de pessoas desaparecidas.

Assumimos essa associação com a missão de conquistar a readequação salarial e o devido reconhecimento ao lado dos demais peritos oficiais do estado. E queremos mostrar à sociedade que, por trás de cada caso solucionado, há ciência, técnica e muita dedicação”, afirmou Pollyanna. E já avisou: “Nós vamos falar de muitos casos. Então, você que está nos assistindo, que gosta de filmes, vídeos e séries com relação a CSI, nós vamos falar de muitos casos que vocês vão adorar”, convidando para o episódio, que vai ao ar às 14h deste sábado, no canal do YouTube de Jamildo Melo.

Elas contam que a formação da categoria passa por uma rigorosa academia de polícia e, para além da atuação técnica, exige preparo emocional: “dar uma notícia dura a uma mãe, depois de anos de espera, é uma das partes mais difíceis da nossa missão”, comenta Ana Cristina.

Impressões digitais, desenhos únicos e reencontros com a verdade

A papiloscopia vai muito além da renovação de RGs. Durante a entrevista, as peritas narraram casos marcantes que ilustram o alcance do trabalho papiloscópico. Um deles envolveu a identificação de um corpo carbonizado em um veículo. Nenhum vestígio foi localizado no carro em si, mas o exame de uma garrafa encontrada no entorno revelou uma impressão digital que ligou diretamente um suspeito à cena do crime. Em outro caso, a perícia de uma pegada de sangue levou à prisão de um acusado que, até então, não deixara nenhuma prova material — resultado crucial para o pedido de prisão preventiva.

Quando fizemos o exame de confronto papiloscópico: positivo. Então, nós colocamos o criminoso na cena do crime”, disse Pollyanna.

Pollyanna Marinho e Ana Cristina Silva, presidente e vice da Associação dos Peritos Papiloscopistas de Pernambuco

Há também situações que marcam pela dor e pelo encerramento de ciclos. Pollyanna e Ana Cristina relataram o caso de uma mãe que, por anos, foi enganada por vizinhos com falsas esperanças sobre o paradeiro do filho desaparecido. Após cruzamento de dados de uma digital em um corpo sepultado como identidade desconhecida, veio a confirmação: era o filho dela.

Ela tava até sendo subornada por vizinhos que diziam ter visto o filho no ônibus, pedia dinheiro para procurá-lo… E quando a gente constatou e chamou ela para dar a triste notícia, foi um desespero. Chorou muito, mas ao mesmo tempo agradeceu, porque aquilo fechava um ciclo.”

Pollyanna acrescenta: “Várias vezes a gente dava a notícia de que a pessoa não estava mais aqui. Mas mesmo assim, a mãe dizia pra gente, olhava nos olhos e dizia: finalizou o ciclo. É muito melhor ter a notícia, mesmo ruim, do que ficar aguardando a espera de algo que a gente não sabe se vai acontecer.”

Combate à fraudes

Ana Cristina lembra do caso de um concurso público em que o candidato tentou assumir o cargo com identidade falsa. “Chegou pra nós a solicitação para fazer a perícia e constatar se aquela impressão digital pertencia àquela pessoa. E no momento da posse, a digital que ele colocou era diferente da que foi usada no dia da prova.”

Entrevista completa: