Com 218 mil vagas criadas entre janeiro e setembro, setor da construção alcança 3,07 milhões de empregos formais e mantém tendência de crescimento
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 08/11/2025, às 11h48
Setor criou 218,2 mil vagas formais até setembro de 2025, segundo o governo federal.
Construção de edifícios liderou contratações, seguida por obras de infraestrutura.
Emprego no setor cresceu 3,21% em um ano e alcançou 3,07 milhões de trabalhadores.
CBIC aponta juros altos como principal entrave e revisa projeção de crescimento.
O setor da construção civil criou 218,2 mil vagas com carteira assinada entre janeiro e setembro de 2025, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Somente em setembro, o saldo positivo foi de 23.855 postos, resultado de 223.799 admissões e 199.944 desligamentos. O número total de trabalhadores formais chegou a 3,075 milhões, um dos maiores da série histórica.
O desempenho de setembro foi o melhor desde abril, quando foram registradas 31.407 novas vagas, e superou o resultado do mesmo mês de 2024, que havia somado 17.065. A Construção de Edifícios liderou as contratações, com 10.540 novos empregos, seguida por Obras de Infraestrutura (6.236) e Serviços Especializados (7.079).
Em Pernambuco, o setor da construção civil ficou em terceiro lugar na geração de empregos em setembro. A indústria foi onde mais contratou, seguido pela agropecuária.
Na comparação anual, o número total de empregados no setor cresceu 3,21% em relação a setembro de 2024. Todos os segmentos tiveram aumento: Construção de Edifícios (3,50%), Obras de Infraestrutura (1,95%) e Serviços Especializados (3,88%). Segundo o IBGE, o PIB da Construção aumentou 23% entre 2020 e o segundo trimestre de 2025, refletindo a criação de 1,1 milhão de empregos formais desde o início de 2020 — alta acumulada de 49,4%.
Apesar dos avanços, o saldo de janeiro a setembro de 2025 foi 5,85% menor que o do mesmo período de 2024, quando haviam sido abertas 231,7 mil vagas. Ainda assim, todos os segmentos mantiveram ritmo de contratações: a Construção de Edifícios continua na liderança, com 85,3 mil novos postos, seguida pelas Obras de Infraestrutura, que cresceram 20,32%, e pelos Serviços Especializados, que tiveram queda de 23,44%.
Os estados com melhor desempenho foram São Paulo (50.883 vagas), Minas Gerais (20.979) e Bahia (14.609). Apenas Roraima (-182) e o Distrito Federal (-644) registraram saldo negativo. Nas capitais, São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza se destacaram pela geração de empregos, impulsionadas, respectivamente, pelos segmentos de Serviços Especializados, Obras de Infraestrutura e Construção de Edifícios.
O salário médio de admissão em setembro foi de R$ 2.475,07, o segundo maior entre os setores acompanhados pelo Ministério, e acima da média geral das atividades (R$ 2.286,34). Jovens de 18 a 29 anos representaram 50,21% das contratações, e 64,61% dos admitidos possuíam ensino médio completo.
A economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, avaliou que os dados indicam uma trajetória de crescimento contínuo, mas com desafios estruturais. “Há cinco anos o mercado de trabalho da Construção vem apresentando resultados positivos, refletindo o crescimento do setor”, afirmou. “Entretanto, o alto patamar da taxa de juros tem gerado intensa preocupação. Há um ano, ela é considerada pelos empresários o principal problema da atividade.”
Ieda alertou que o custo elevado do crédito pode afetar os investimentos e reduzir o ritmo das obras. “O alto custo do dinheiro desestimula novos projetos e compromete o desempenho do setor. Por isso, a CBIC revisou a projeção de crescimento da Construção para 2025, de 2,3% para 1,3%”, explicou.
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