Sucateamento da estatal Metrô do Recife e seus trens foi exposto em série especial do site Jamildo.com em 2022 com dados da própria CBTU
por Jamildo Melo
Publicado em 19/03/2025, às 10h27 - Atualizado às 10h45
O vereador Carlos Muniz (PSB) defendeu a recuperação e reestruturação do metrô do Recife em discurso, no plenário da Câmara dos Vereadores.
Muniz ressaltou a importância dos trens urbanos para a mobilidade na cidade, e destacou a qualidade do quadro de funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
O vereador recifense revelou que participou de uma reunião na sede da CBTU, em Brasília, para tratar do tema.
“Estive em Brasília, ao lado do senador Fernando Dueire e do presidente da CBTU, José Marques, para debater o plano de recuperação do sistema metroviário da Superintendência de Trens Urbanos do Recife, a fim de garantir a existência da empresa e de seus recursos humanos”, disse.
Ainda segundo Muniz, o metrô do Recife é fundamental para a fluidez da mobilidade urbana em toda Região Metropolitana.
O parlamentar também destacou que uma possível concessão do equipamento deve ser debatida com cautela e transparência.
“A concessão do metrô não pode ser feita com um equipamento sucateado. É preciso reestrutura-lo para que esse debate seja feito com a participação de todos e com muita transparência. Além disso, precisamos garantir a manutenção do quadro de funcionários que serve à companhia desde a sua inauguração. Estamos falando de um equipamento essencial para a mobilidade no estado de Pernambuco”, afirmou no discurso.
Conforme revelado pelo site Jamildo.com em uma série especial em 2022, o Metrô do Recife enfrenta uma grave crise de sucateamento, resultado de anos de falta de investimentos adequados.
A infraestrutura deteriorada tem causado atrasos frequentes, superlotação e falhas operacionais, como descarrilamentos e paralisações de linhas. A Linha Sul, por exemplo, já foi temporariamente suspensa devido à falta de manutenção e peças de reposição.
Os usuários relatam intervalos superiores a 30 minutos entre os trens, além de condições precárias que comprometem o conforto e a segurança. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), responsável pelo sistema, tem enfrentado dificuldades financeiras, recebendo apenas uma fração do orçamento necessário para operar adequadamente.
A situação tem gerado insatisfação entre os passageiros e mobilizado metroviários, que frequentemente sinalizam greves para pressionar por melhorias. A privatização do sistema tem sido discutida como uma possível solução, mas ainda enfrenta resistência e incertezas.
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