Boa Viagem lidera violência contra as mulheres, diz entidade

Em entrevista ao PodJá, canal do site Jamildo.com no YouTube, as coordenadoras do Banco Vermelho, entidade com sede no Recife que se dedica ao combate ao feminicídio, revelaram que o bairro de Boa Viagem lidera a violência contra as mulheres na capital pernambucana.

A entidade foi criada por duas mulheres recifenses que perderam amigas para o feminicídio e decidiram agir, com a criação do Instituto Banco Vermelho. A cor simboliza o sangue derramado.

Com um escopo bastante amplo, elas trabalham com promoção da prevenção, conscientização por meio de ações e campanhas, palestras, intervenções urbanas e projetos de lei.

No programa, a publicitária Andrea Rodrigues, presidente do instituto, ao lado da jornalista Paula Limongi, diretora-executiva, revelaram que estarão no Senado, no Agosto Lilás, capitaneando a campanha oficial da Casa Alta de prevenção contra o feminicídio.

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"Pernambuco ocupa o primeiro lugar em feminicídio no Brasil, que é o quinto pais mais violento do mundo para as mulheres", explicaram as coordenadoras, que, entretanto, não souberam explicar os motivos pelos quais o bairro mais rico da capital é o mais violento para as mulheres.

Na capital pernambucana, em uma iniciativa recente, a entidade começou a fazer um trabalho de prevenção nos canteiros de obras da cidade. Isto depois que uma pesquisa do Conselho Nacional de Justiça a que elas tiveram acesso mostrou que 40% dos casos de violência estavam ligados a trabalhadores da construção civil.

"Prevenção é o que salva, ninguém traz uma mulher de volta da morte", diz Andrea Rodrigues, em entrevista ao site Jamildo.com.

O belo exemplo da Construtora Rio Ave

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Quem primeiro acolheu a iniciativa foi a construtora Rio Ave. Elas já vão para o terceiro canteiro de obras para realização de palestras de conscientização e prevenção, falar de violência moral, patrimonial ou sexual.

"Machismo não constrói nada" ou "O respeito às mulheres é a base de nossa obra!" são alguma das mensagens da campanha direcionada ao setor.

"Nós vamos lá e dizemos aos empresários que precisamos deles. Eles podem não saber e estão contratando vítimas e agressores. A ouvidoria pipocou depois de nossa primeira palestra. Elas sofriam agressão e descobriram que a empresa se importa com o tema, se importa com elas. A violência destrói a produtividade da mulher", disse Paula Limongi.

"A gente nem precisava da pesquisa do CNJ pois toda mulher sabe o terror que é passar na frente de uma obra. Nas palestras, muitos não fazem ideia de que estão cometendo crimes", afirma Paula Limongi. "Com ações como estas, nos mostramos aos empresários que eles podem mudar a história do segmento e também mudar a história do Estado".

Com a repercussão dada ao tema, o Instituto Banco Vermelho já esta presente em doze estados da federação. Em breve, a entidade fará uma parceria com uma grande empresa nacional em São Paulo.

"Nos acreditamos na força da educação. Da mesma forma que uma pessoa aprende a ser machista, através da educação, desaprende", afirma Andrea Rodrigues.

Confira o episódio