Encontro do G20 acontece no Rio de Janeiro, na semana que vem, reunindo líderes globais para tratar de acordos para desenvolvimento econômico e social
Por Fábio Silva | Publicado em 17/11/2024, às 18h41
Por Fábio Silva, CEO da Rede Muda Mundo
O Brasil e o mundo estão com os olhos voltados para o G20, evento que deveria ser uma plataforma para a construção de políticas públicas globais que promovam desenvolvimento sustentável, cooperação internacional e soluções para desafios urgentes como mudanças climáticas, pobreza e desigualdade.
No entanto, o que assistimos é a perda desse propósito em meio a uma guerra de narrativas que alimenta a polarização e ofusca os problemas reais.
A participação brasileira neste encontro revelou o quanto essa polarização se tornou uma cortina de fumaça. Declarações controversas e respostas inflamadas dominam os holofotes, desviando o foco do que realmente importa: criar soluções que impactem a vida das pessoas de forma prática e transformadora.
No lugar de um diálogo construtivo entre nações, vimos mais um capítulo de discursos que perpetuam divisões e não oferecem respostas concretas para os desafios que enfrentamos.
A polarização política, no Brasil e no mundo, é um problema sistêmico. Ela cria inimigos imaginários, divide sociedades e impede que governos se dediquem ao essencial: construir políticas públicas de Estado que transcendem mandatos e ideologias.
Estamos presos a políticas de governo que buscam perpetuar-se no poder, sacrificando a transição de programas de assistência para estratégias que promovam a autonomia das pessoas, como a geração de renda sustentável.
É nesse cenário que fica evidente a necessidade de uma mudança de rumo. Precisamos abandonar as disputas vazias e nos concentrar em ações práticas que atendam às reais demandas da sociedade.
Como CEO da Rede Muda Mundo, acredito que a saída passa pela mobilização de líderes e empreendedores sociais, aqueles que, na ponta, enfrentam os problemas de frente e têm o compromisso de propor soluções inovadoras e eficazes.
O Brasil não pode mais ser refém da polarização, que serve apenas para manter as coisas como estão. Chegou a hora de agir. O G20 deveria ser um exemplo de cooperação e construção conjunta, mas, se ele falha em seu propósito, temos a obrigação de construir alternativas aqui, em nosso território.
O futuro das políticas públicas está na capacidade de unir pessoas e organizações em prol do bem comum, longe das brigas de poder que nos distanciam do que realmente importa: transformar a vida dos que mais precisam.
A polarização é uma cortina de fumaça. Cabe a nós dissipá-la com ações concretas, inovação social e um compromisso inegociável com o bem-estar coletivo. Essa é a verdadeira agenda que o Brasil precisa liderar, não apenas em eventos globais, mas dentro de suas próprias fronteiras.
@blogdojamildo