Quem são os novos nomes de João Campos para a Prefeitura do Recife

Jamildo Melo comenta no "Fala Jamildo" qual a estratégia de João Campos na divulgação dos novos nomes do secretariado e as alianças ligadas aos indicados

Da Redação | Publicado em 24/12/2024, às 14h13

João Campos tem anunciado secretariado para 2025 a "conta-gotas" - Yan Lucca/ Jamildo.com
João Campos tem anunciado secretariado para 2025 a "conta-gotas" - Yan Lucca/ Jamildo.com

Há uma semana do fim do ano, o prefeito João Campos vai anunciando o secretariado para o segundo mandato, que pode ser um eventual trampolim para a disputa no Estado, em 2026.

A primeira coisa que chama a atenção é o fato de estar fazendo os anúncios a conta-gotas, não em bloco.

A estratégia foi escolhida por dois motivos: o primeiro deles é dar oportunidade para ressaltar a importância das áreas e os ocupantes das pastas.

O segundo motivo é a necessidade de mais tempo para avisar os aliados que ficam e os que saem. Em um sinal de lealdade e respeito com os colaboradores, João Campos tem conversado pessoalmente com cada um, de modo a deixar todo mundo confortável. Um exemplo é o secretário Aldemar Santos, mais conhecido como Dema.

Outro recorte que chama a atenção é a formação de um secretariado robusto, com nomes de relevo estadual ou nacional como o ex-deputado federal Raul Henry, que vai assumir a Secretaria de Relações Institucionais. Raul Henry tem amplo acesso a setores de centro em Brasília.

A manutenção de Fred Amâncio na educação é outro nome de relevo estadual, à altura de uma metrópole como o Recife.

Luciana Albuquerque, idem. Além de sua experiência como secretária de Saúde do Recife, ela acumula passagens como secretária-executiva de Saúde no Governo de Pernambuco.

A chegada de Alexandre Rebelo, que estava em São Paulo, na iniciativa privada, sinaliza que João Campos vai dar mais atenção à área de segurança. 

Rebelo coordenou o Pacto pela Vida, responsável pela articulação com todos os setores envolvidos. Ele vai cuidar de controle urbano, trânsito e mobilidade, mas vai ter novos instrumentos à disposição, como parte da guarda armada e o COP, o BBB de João Campos, com mais câmeras de videomonitoramento do que o governo do Estado.

Enfim...

Na política, João Campos amarrou o PDT ao seu projeto, ao transferir a vice-prefeita Isabella de Roldão para a pasta de Trabalho e Qualificação Profissional. A pasta tem as bandeiras do partyido.

O pessoal de Raquel Lyra chegou a especular a entrega de uma secretaria estadual pelo passe dela e do PDT, mas não teve sucesso. Na festa da Fiepe, a vice chegou ao lado do prefeito, sinalizando que estavam alinhados.

No caso do MDB, um partido dividido em três alas hoje em dia em Pernambuco, além de Raul Henry, presidente do MDB estadual, o prefeito de Vitória, Paulo Roberto, fará outra indicação, deixando em minoria o grupo ligado a Fernando Dueire e Jarbas Filho.

O PT manteve as duas secretarias que já tem, e deve sacramentar os nomes nos próximos dias. Hermes, nome do PT na Habitação, volta para a Compesa, possivelmente a tempo de lutar contra o projeto de concessão da área de distribuição. O petista Oscar Barreto é nome quase certo no segundo governo.

João Campos também fechou a porta do União Brasil para Raquel Lyra, com uma indicação de Miguel Coelho. O advogado Carlos Andrade Lima, candidato a prefeito em 2020 e a senador em 2022 no UB, vai entrar na gestão.

A pasta da Causa Animal também continuará com Romero Albuquerque, que chegou a namorar uma pasta executiva semelhante no plano estadual.

A mesma situação do UB vai se aplicar ao Republicanos do deputado federal Silvio Costa Filho. O partido vai manter as duas secretarias, Saneamento e Esportes, embora possa trocar esta última.

Resolvida a parada, a grande questão será a antecipação do jogo do Senado para 2026. Humberto Costa, Silvio Costa Filho, Miguel Coelho e Marília Arraes são nomes postos na mesa de negociações.

O senado é estratégico para o PT e quem vai bater o martelo é Lula.

@blogdojamildo