Yan Lucca | Publicado em 12/12/2024, às 16h51
Em um ano marcado pela exposição das condições precárias das delegacias na Região Metropolitana do Recife (RMR) e no interior do estado, ameaças de paralisações e questionamentos sobre a valorização da Polícia Civil, mais uma polêmica aparece antes do fim do ano.
A Associação dos Delegados de Polícia Civil de Pernambuco (ADEPPE) e o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL) emitiram uma nota conjunta criticando as peças publicitárias do Estado, que comemoram a redução das taxas de homicídio, mas, supostamente, excluem os policiais civis.
As campanhas supostamente destacam apenas a imagem de policiais militares, deixando de reconhecer a contribuição da Polícia Civil.
O pronunciamento das entidades ocorre justamente no momento em que a pesquisa da Quaest aponta a segurança pública como um dos maiores desafios para a governadora Raquel Lyra, que, desde sua posse, tem cobrado resultados cada vez mais eficazes do programa "Juntos pela Segurança", o antigo Pacto pela Vida.
Ainda no mês de outubro, o site Jamildo.com noticiou os novos investimentos milionários previstos para 2025 na área de segurança, como uma tentativa de amenizar um dos principais desgastes da gestão. No total, mais de R$ 340 milhões serão investidos na segurança pública.
Na nota, as entidades cobram um maior reconhecimento por parte do Governo do Estado. "Consideramos fundamental que o Governo do Estado reconheça e valorize de forma justa o trabalho de todas as forças de segurança, assegurando que as campanhas institucionais reflitam a verdadeira colaboração entre as instituições no enfrentamento à criminalidade", afirmaram.
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"A Associação dos Delegados de Polícia Civil de Pernambuco (ADEPPE) e o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL) vêm a público manifestar sua preocupação e insatisfação com a recente campanha publicitária do Governo do Estado, que exalta a redução das taxas de homicídio utilizando exclusivamente a imagem de um policial militar. Embora reconheçamos a relevância do trabalho integrado de todas as forças de segurança, é imprescindível destacar a significativa e inquestionável contribuição da Polícia Civil de Pernambuco nesse resultado.
A Polícia Civil desempenha um papel central na redução da criminalidade, com ações estratégicas que incluem a prisão de líderes de facções criminosas e a execução de operações de repressão qualificada. Nossa taxa de elucidação de crimes supera 50%, evidenciando o compromisso inabalável com a justiça e a segurança da população pernambucana.
Casos emblemáticos, como a resolução da chacina de Camaragibe, o homicídio ocorrido dentro de uma academia em Caruaru e o ataque ao ônibus do time do Fortaleza por torcidas organizadas, ilustram a competência e dedicação da nossa instituição. Operações como Efeito Helicóptero e Smurfing também têm sido cruciais no combate ao crime organizado e na interrupção de fluxos financeiros de facções criminosas de alcance nacional.
Reafirmamos que a certeza da punição é um dos principais elementos para a redução da criminalidade, e a Polícia Civil de Pernambuco tem trabalhado incansavelmente para garantir que isso seja uma realidade. Contudo, consideramos fundamental que o Governo do Estado reconheça e valorize de forma justa o trabalho de todas as forças de segurança, assegurando que as campanhas institucionais reflitam a verdadeira colaboração entre as instituições no enfrentamento à criminalidade.
Reiteramos nosso compromisso em continuar atuando em prol da segurança e do bem-estar da sociedade pernambucana. Esperamos que futuras comunicações oficiais do Governo do Estado representem adequadamente o esforço coletivo de todas as entidades envolvidas na promoção da segurança pública.
Atenciosamente,
Diogo Victor
Presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil de Pernambuco
Áureo Cisneiros
Presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco"
O Blog do Jamildo procurou o Governo de Pernambuco e o espaço segue aberto para o contraditório.
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