Cynara Maíra | Publicado em 30/12/2025, às 07h46 - Atualizado às 08h08
A Prefeitura de Ipojuca interditou temporariamente a barraca de praia envolvida no espancamento de dois turistas no último fim de semana em Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco.
A medida faz parte de um pacote de ações emergenciais adotadas pela gestão municipal após a repercussão do caso. O estabelecimento ficará fechado pelo prazo de uma semana.
Além da suspensão das atividades, a prefeitura determinou o afastamento imediato e preventivo de todos os garçons e atendentes que participaram da confusão até a conclusão das investigações.
O episódio ocorreu no sábado (27), quando o casal de empresários Johnny Andrade Barbosa e Claiton Zanatta, de Mato Grosso, foi agredido por um grupo de cerca de 15 pessoas após questionar uma cobrança indevida.
Para tentar conter os danos à imagem do destino turístico, o secretário de Turismo de Ipojuca, Deomaci Ramos, anunciou um "pente-fino" no cadastro dos trabalhadores da orla.
A Associação dos Barraqueiros de Porto de Galinhas tem um prazo de 15 dias para apresentar a lista atualizada de todos os garçons vinculados a cada barraca. Quem não regularizar a situação será impedido de atuar na areia.
Outra mudança imediata será a obrigatoriedade de exibir, nos cardápios, as regras sobre consumação.
"O Código de Defesa do Consumidor já proíbe essa prática [venda casada]. Você senta, não paga a cadeira, tem que consumir x valor. Isso não pode acontecer", explicou o secretário.
A gestão também prometeu reforçar o efetivo da Guarda Municipal e intensificar a fiscalização contra flanelinhas que atuam de forma irregular na região.
A Prefeitura de Ipojuca disponibilizou o telefone (81) 99463-2859 (Cidem) para o registro de ocorrências e situações de emergência.
A Polícia Civil realizou uma operação na orla na segunda-feira (29) para intimar os barraqueiros a prestar depoimento. Segundo a governadora Raquel Lyra (PSD), que pediu desculpas públicas pelo ocorrido, 14 suspeitos já foram identificados pela inteligência da Secretaria de Defesa Social (SDS).
Ainda na segunda, o Governo de Pernambuco, as polícias, a Prefeitura de Ipojuca e outras entidades se reuniram para discutir medidas contra práticas abusivas contra turistas em locais como Porto de Galinhas.
O caso começou após os turistas se recusarem a pagar R$ 80 pelo aluguel de cadeiras, valor superior aos R$ 50 combinados inicialmente. A cobrança extra foi justificada pelo não consumo de petiscos.
As vítimas denunciaram ainda a falta de estrutura de saúde no local, relatando a ausência de ambulância e aparelho de raio-X na unidade de Porto de Galinhas. O casal precisou pagar transporte por aplicativo para ser atendido no centro de Ipojuca.
Johnny e Claiton abriram um boletim de ocorrência por lesão corporal.
Segundo os turistas, eles teriam sido abordados ao chegar à praia, com oferta inicial de cadeiras grátis mediante consumo de petiscos e custo de R$ 50 caso não fosse consumido nada.
Na hora da conta, o funcionário da barraca teria dito que cobraria extra por não terem consumido. Quando o casal se negou a pagar a mais começaram as discussões, empurrões e escalada com socos, cadeiradas e areia jogada no rosto.
Vídeos viralizaram nas redes, mostrando o casal encurralado e resgatado por salva-vidas e Guarda Municipal; Johnny teve o rosto ensanguentado.
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