Mesmo com promessa de PEC da Paridade, delegados e policiais civis farão suspensão de operações de repressão

Jamildo Melo | Publicado em 09/04/2025, às 16h02 - Atualizado às 16h42

Policiais civis e delegados fizeram passeata até a Alepe, onde se começou a discutir mudanças em aposentadoria - Divulgação
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Em protesto contra a possibilidade de retirada do direito à paridade dos delegados e policiais civis, a categoria anunciou que, a partir do dia 22 de abril, suspenderá as Operações de Repressão Qualificada no estado.

Segundo as entidades sindicais representativas, s iniciativa é uma forma de mobilização para pressionar o Governo de Pernambuco sobre os impactos que a mudança desse direito traria para a segurança pública e para os servidores do serviço policial.

Na manhã desta quarta-feira (9), delegados e policiais civis saíram em manifestação em uma caminhada simbólica pela Rua da Aurora em direção à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), onde participaram de uma audiência pública convocada pela Comissão de Segurança Pública e Defesa Social.

O objetivo foi discutir com representantes do Governo do Estado pautas da categoria, como a briga para não perder a paridade entre ativos e inativos.

Paridade é o direito que garante aos servidores públicos aposentados e pensionistas os mesmos reajustes e benefícios concedidos aos servidores da ativa.

No caso da Polícia Civil, significa que, ao se aposentar, o policial e o delegado continuam recebendo reajustes salariais e gratificações nas mesmas condições dos profissionais que continuam na atividade.

O presidente da Associação dos Delegados e Delegadas de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Diogo Victor, disse que a paridade é um direito fundamental e não pode ser tratado como negociável.

“A tentativa de retirada desse direito é uma afronta ao esforço e à dedicação de quem passou a vida servindo à população. Estamos mobilizados e vamos resistir com todas as forças”, afirmou, em informe ao site Jamildo.com.

A vice-presidente da associação, Claudia Molina, destacou a união da categoria neste momento decisivo.

“Estamos aqui não apenas pelos aposentados, mas por toda a estrutura da Polícia Civil, que não pode ser enfraquecida. A retirada da paridade desestimula a base e compromete o futuro da instituição”, disse.

Durante a audiência, os deputados estaduais Joel da Harpa (presidente da Comissão), Antônio Moraes, Delegada Gleide Ângelo e Júnior Matuto anunciaram a criação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa assegurar a paridade da categoria, garantindo a manutenção desse direito histórico.

O Sinpol e a Adeppe comemoraram a PEC da Paridade, mas prometem realizar a suspensão das operações de repressão qualificada, apesar da iniciativa da PEC, com o objetivo de continuar mobilizando a categoria da mesma forma, enquanto durar todo um processo legislativo, que pode demorar.

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