Jamildo Melo | Publicado em 12/11/2025, às 09h49 - Atualizado às 13h34
Desde a megaoperação policial no Rio de Janeiro, na favela do Alemão e da Penha, o debate sobre segurança pública criou fôlego no País e vem impactando a popularidade de Lula.
De acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, a desaprovação ao governo Lula passou de 49% para 50%, enquanto a aprovação recuou de 48% para 47%, na primeira oscilação negativa nas avaliações desde maio.
Ambos os percentuais oscilaram dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Em outubro, a aprovação era de 48% e a desaprovação, de 49%.
O estudo mostra que a violência se tornou a principal preocupação nacional, citada por 38% dos entrevistados, superando a economia (15%).
A pauta da segurança, impulsionada pela recente operação policial no Rio de Janeiro e por declarações do presidente, reacendeu o debate público.
Os organizadores acreditam que tudo somado acabou reorganizando prioridades da população.
Por regiões, a desaprovação de Lula é maior no Sul (61%), Sudeste (53%) e Centro Oeste e Norte (51%). Apenas o Nordeste continua aprovando (59%) mais do que reprovando (38%) Lula.
A desaprovação também é maior entre os homens (54%) do que entre as mulheres (46%).
Na faixa etária, os mais idosos, com mais de 60 anos ou mais, são os mais tolerantes com a gestão Lula 3. Neste grupo, 53% aprovam e 43% desaprovam.
Por religião, os evangélicos são os mais resistentes a Lula, com 58% de desaprovação. Entre os católicos, 50% aprova e 47% desaprova.
38% apontam a segurança pública como principal problema do país, o maior índice desde 2023.
De acordo com o estudo, 67% aprovam a ação nos complexos do Alemão e da Penha, e 73% defendem classificar organizações criminosas como terroristas.
Conforme o levantamento, 88% apoiam penas mais severas para integrantes do crime organizado e 65% são favoráveis à restrição de visitas íntimas em presídios.
Há outros dados curiosos na pesquisa, enviada ao site Jamildo.com nesta quarta. A pesquisa mostra que a maioria aprova operação policial no Rio, mas não quer a mesma matança em sua cidade.
65% souberam do encontro entre Lula e Donald Trump; entre eles, 45% avaliam que o presidente saiu mais fortalecido. Foi a deixa para a resposta da oposição à direita. Curiosamente, a acusação que era feita pela oposição ao presidente era de que ele não negociava com o presidente Trump para flexibilizar as taxações sobre as exportações brasileiras. O aperto de mão com Trump se deu um dia antes da operação policial no Rio.
Outro levantamento de opinião, realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, também indicou que a população acredita em operações conjuntas entre os governos estadual e federal para melhorar a segurança pública.
Mais de 70% da população quer mais megaoperações no Rio e em outras cidades do Brasil, diz a Paraná Pesquisas. O estudo foi realizado entre os dias 6 e 10 de novembro, ouvindo 2.020 eleitores em 26 estados e no Distrito Federal.
A pesquisa aponta que 71,5% dos entrevistados são a favor das operações realizadas no Rio de Janeiro, 70,6% são favoráveis a mais megaoperações no Rio e 72,3% são favoráveis à realização de megaoperações em outras cidades do Brasil.
Em resposta à pergunta sobre o que mais precisa ser feito no Brasil para melhorar a situação da segurança pública, 40% são favoráveis a ações mais efetivas e conjuntas entre os governos estaduais e federal.