Desativada há cinco meses, Penitenciária Barreto Campelo começa a ser demolida em Itamaracá

Plantão Jamildo.com | Publicado em 20/09/2025, às 09h35

Visão aérea da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá - DIVULGAÇÃO/ SECOM PE
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A Penitenciária Professor Barreto Campelo, localizada na Ilha de Itamaracá, no Litoral Norte de Pernambuco, começou a ser demolida nesta sexta-feira (19). A primeira intervenção ocorreu em um dos pavilhões e marcou o início da retirada definitiva da unidade, que funcionou por 51 anos e era considerada uma das mais precárias do Estado.

De acordo com o Governo de Pernambuco, está em elaboração um projeto para ocupar a área da antiga penitenciária, que tem centenas de hectares. A proposta deverá ser apresentada nos próximos meses e prevê a instalação de equipamentos voltados ao turismo.

O ato de demolição contou com a presença da governadora Raquel Lyra (PSD). “O que está aqui hoje, prestes a ser demolido, também faz parte de uma atenção e um fortalecimento do sistema penitenciário de Pernambuco, pois as condições encontradas eram de muita precariedade, em um ambiente onde as pessoas não eram enxergadas para a ressocialização”, afirmou.

Não existe segurança pública sem olhar para o sistema penitenciário, e é preciso cuidar de todos. A desativação deste presídio não aconteceu por acaso. Construímos novas vagas no sistema e, assim, foi possível garantir a demolição de algo que já deveria ter sido derrubado há muito tempo”, completou.

Antes da desativação, a unidade contava com 640 vagas e abrigava 472 custodiados, que foram transferidos para outros presídios do Estado.

O fechamento da unidade

A desativação da Barreto Campelo ocorreu há cinco meses, como resultado da operação “Ponto Final”, realizada em 1º de março deste ano, atendendendo a uma promessa de campanha. A decisão foi tomada após denúncias de más condições estruturais e falhas de segurança.

Desde 2023, a penitenciária vinha sendo analisada para desativação. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), a medida faz parte da reestruturação do sistema prisional e atendeu a uma reivindicação antiga de moradores e do setor turístico do Litoral Norte.

Relatórios técnicos, elaborados com a participação do Ministério Público Federal (MPF), apontaram problemas graves. O documento registrou rachaduras, esgoto a céu aberto e infiltrações, além de estruturas enferrujadas e risco de desabamento e curto-circuito.

A fragilidade da segurança era apontada como um dos principais problemas: o baixo efetivo da Polícia Penal não impediu a entrada de drogas, bebidas e armas. Em 12 meses, foram apreendidas três armas de fogo, 80 aparelhos de comunicação, 1,64 kg de crack e 1,3 kg de maconha.

Além das falhas físicas e de segurança, relatórios indicavam carência de assistência básica, como camas, colchões, roupas de cama, toalhas e material de higiene.

Em fevereiro, cerca de 460 presos foram transferidos para outras três unidades prisionais. A operação de desativação mobilizou 332 policiais militares, 12 civis, 115 penais, além de integrantes do Corpo de Bombeiros e equipes de inteligência.

Raquel Lyra ilha de itamaracá

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