Após encontro com clubes e órgãos de segurança, MPPE dá prazo para Santa Cruz, Sport e Náutico; entenda

Cynara Maíra | Publicado em 04/02/2025, às 09h45

Ministério Público reuniu representantes do Sport, Santa Cruz e Náutico para discutir formas de resolver violência entre torcidas - Priscilla Buhr/AMCS
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Após um encontro entre o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), representantes do Santa Cruz, Sport e Náutico e outras entidades, o MPPE estabeleceu um prazo de 48 horas para que os presidentes dos clubes se desvinculem formalmente das principais torcidas organizadas do estado.

A reunião feita na segunda-feira (03) teve também a participação da Federação Pernambucana de Futebol (FPR) e representantes da Secretaria de Defesa Social e da Polícia Militar.

Durante o encontro, o Subprocurador-Geral de Justiça em Assuntos Institucionais, Renato da Silva Filho, afirmou que uma verdadeira solução para gravidade do problema precisaria ser "construída a várias mãos" e que o pedido sobre a quebra do vínculo com torcidas organizadas é um pedido pequeno pelo tamanho da situação. 

Grupos discutem soluções para diminuir violência em partidas

Antônio Aroxelas, coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor do MPPE e do CAO Criminal, destacou que, embora decisões judiciais já tenham extinguido as torcidas organizadas, muitos dos integrantes apenas trocaram de nome e CNPJ.

"São as mesmas pessoas, com os mesmos cânticos de guerra e modos de agir. Os clubes têm a obrigação de banir essas organizações de seus estádios e apresentar um relatório das providências que foram acordadas em 2024 para combater os enfrentamentos em dias de jogos", comentou Aroxelas.

Em meio à discussão, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Barros de Carvalho, apresentou sua proposta de torcida única para as partidas envolvendo os três clubes.

Segundo ele, a medida incluiria o bloqueio dos espaços físicos onde as torcidas organizadas se concentram e a implementação de critérios de ingresso que limitem o acesso apenas aos torcedores cadastrados individualmente.

"A Federação, junto com Sport, Santa Cruz e Náutico, está atuando em parceria com a segurança pública e com o apoio da governadora Raquel Lyra para eliminar essa massa marginal que utiliza o futebol como desculpa para praticar crimes", afirmou Carvalho.

Por sua vez, representantes dos clubes se comprometeram a adotar medidas para reforçar o controle de acesso aos estádios, como o uso de reconhecimento facial e a emissão de ingressos pessoais e intransferíveis.

"Nós precisamos de uma estratégia que vá além do simples impedimento de acesso ao estádio, pois o verdadeiro problema se manifesta nas ruas antes mesmo das partidas", declarou Bruno Rodrigues, presidente do Santa Cruz. 

O secretário estadual de Defesa Social, Alessandro Carvalho, também reiterou o compromisso do governo em intensificar a fiscalização e responsabilizar os envolvidos.

"A prioridade é proteger a população e garantir que os torcedores que vão aos jogos não se tornem vítimas de violência. Estamos trabalhando para identificar os responsáveis e aplicar as medidas cabíveis", afirmou.

Caso ocorre após série de conflitos entre torcidas do Sport e Santa Cruz

No último sábado (01), durante conflitos entre torcidas organizadas do Sport e do Santa Cruz, 12 pessoas ficaram feridas, enquanto o torcedor do Sport e presidente da Torcida Jovem do Sport foi espancado e violentado sexualmente por torcedores do Santa Cruz. 

Após o caso, a governadora publicou uma portaria que suspendia a entrada de torcedores nos cinco próximos jogos das equipes.

Apesar disso, na segunda-feira (03) a Justiça de Pernambuco acatou o mandato de segurança solicitado pelo Sport, o que permite que tanto o Leão quanto o Santa Cruz tenha público em seus próximos jogos.

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