Ana Luiza Melo | Publicado em 05/06/2025, às 11h49 - Atualizado às 12h29
Nesta quinta-feira (5), a Prefeitura do Recife anunciou que futuro Hospital da Criança do Recife será o primeiro do Nordeste a ter um Centro TEA/Núcleo de Desenvolvimento Integral (NDI) com equoterapia.
O método terapêutico e educacional utiliza o cavalo em uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar voltada ao desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência. Segundo a Prefeitura, o Centro TEA/NDI será voltado para crianças e adolescentes que necessitam de assistência especializada em reabilitação física e intelectual.
A gestão municipal explica que a implantação do novo equipamento, que será integrado ao Centro TEA/NDI, surgiu a partir do diálogo com mães atípicas, que reivindicaram a inclusão do serviço.
Ainda não há legislação que exija de prefeituras e gestões estaduais a oferta do o serviço, entretanto, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2740/24 que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a disponibilizar centros de equoterapia.
Segundo a proposta, deverá haver ao menos um centro desses em cada estado e no Distrito Federal. Em 2024, a a Câmara aprovou um projeto que inclui a equoterapia entre as práticas terapêuticas complementares do SUS. Esse texto ainda aguarda votação no Senado.
Considerada uma abordagem inovadora e amplamente utilizada em países desenvolvidos, a equoterapia utiliza o cavalo como agente facilitador em processos terapêuticos interdisciplinares, promovendo o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social de crianças e adolescentes com deficiência.
A Prefeitura do Recife aponta que a técnica é reconhecida como uma ferramenta complementar eficaz, que potencializa os resultados de outros tratamentos, tornando o processo de reabilitação mais motivador e prazeroso.
Uma equipe multiprofissional será responsável pela prática e será composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos e instrutores especializados em equitação terapêutica, em um ambiente adaptado para garantir segurança e bem-estar. A atividade será destinada a pacientes com idades entre 5 e 14 anos, com sessões de uma hora de duração.
A linha de assistência para indivíduos com deficiência temporária ou permanente será expandida com a criação do Núcleo de Desenvolvimento Integral.
Totalmente integrado à rede pública de saúde, o NDI terá capacidade para realizar aproximadamente 1.800 atendimentos mensais, contando com uma equipe composta por neuropediatras, psiquiatra infantil, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo e assistente social.
O ambiente oferecerá terapias contínuas e organizadas, focadas no aprimoramento de habilidades sensório-motoras, cognitivas e sociais para crianças e adolescentes com transtornos neurodivergentes e do progresso neuropsicomotor.
A gestão municipal anunciou ainda que o Hospital da Criança também contará com um Centro de Diagnóstico Integral (CDI), com a finalidade de reduzir a espera por consultas e ampliar o acesso da população a exames especializados.
Com estrutura moderna e unificada, o CDI reunirá 18 especialidades médicas e oito áreas multiprofissionais, com potencial para realizar mais de 8.600 consultas e atendimentos por mês. O espaço também terá capacidade de realizar 35.060 procedimentos diagnósticos mensalmente, o que representa uma cobertura anual superior a 420 mil exames e procedimentos.
A estrutura também incluirá o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) Tipo III, com capacidade para mais de 2.700 atendimentos e procedimentos odontológicos por mês. Serão disponibilizadas especialidades como Endodontia, Periodontia, Cirurgia Bucomaxilofacial, Odontopediatria, Estomatologia, Ortodontia, Atenção Primária e Atendimento a Pacientes Especiais.
Com 12 mil metros quadrados de área construída, o Hospital da Criança do Recife Antônio Carlos Figueira (HCR) está sendo edificado na Avenida Recife, número 121, no bairro de Areias. A unidade ampliará o acesso de crianças e adolescentes da capital ao Sistema Único de Saúde (SUS), disponibilizando 60 leitos, sendo 50 de enfermaria e 10 de terapia intensiva (UTI), além de ambulatórios especializados em diversas subespecialidades pediátricas, como ginecologia, psiquiatria e neuropediatria. Também haverá leitos integrais para saúde mental e um Centro de Apoio ao Atendimento à Criança Vítima de Violência.
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