Palanque duplo do PT na eleição ao Governo de Pernambuco? Humberto Costa fala sobre cenário

Cynara Maíra | Publicado em 14/03/2025, às 07h25 - Atualizado às 07h39

Humberto Costa concedeu coletiva de imprensa ao PT de Pernambuco - Reprodução Instagram PT
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Com o início de um ano pré-eleição estadual e nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT) tem sido alvo de disputa entre os dois principais nomes em um eventual pleito pelo Governo de Pernambuco

A governadora Raquel Lyra (PSD), que deve tentar a reeleição em 2026, tem feito diversas movimentações para se aproximar do PT e do presidente Lula (PT).

Entre eles, mudou de partido na segunda-feira (10) para um grupo mais próximo do Governo Federal, no qual a gestora tem se alinhado desde o início de seu mandato.

Atualmente, os petistas estão mais próximos do prefeito do Recife, João Campos (PSB), em uma aliança entre PSB e PT consolidada em âmbito nacional com Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). 

Baseado nesse impasse sobre quem o presidente Lula irá apoiar para 2026,o senador e novo presidente interino do PT, Humberto Costa (PT) falou sobre o tema em coletiva de imprensa na quinta-feira (13). 

Palanque duplo de Lula entre Raquel Lyra e João Campos?

Perguntado sobre a possibilidade de Lula e o PT fazerem "palanque duplo" na disputa pelo Governo de Pernambuco, Humberto afirmou que a definição das alianças estaduais para as eleições de 2026 dependerá da estratégia nacional da legenda. 

Durante a primeira eleição de Eduardo Campos, Lula fez campanha dupla para seu ex-ministro e o próprio Humberto Costa. Com os três políticos em um mesmo palanque, Eduardo acabou ganhando a disputa pelo Governo de Pernambuco.

No PodJá- O Podcast do Jamildo, o jornalista também já tinha perguntado para Mozart Sales (PT) sobre um eventual palanque duplo entre Raquel e João, confira: 

Ao responder com cautela sobre a possibilidade de alianças em Pernambuco, o senador reforçou que qualquer apoio do PT estará condicionado à adesão ao projeto de reeleição do presidente.

A filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD, partido que compõe a base governista em Brasília, aumentou as especulações sobre um possível apoio do PT ao projeto de reeleição da gestora estadual. 

O senador, no entanto, evitou antecipar definições sobre o tema e destacou que a prioridade do partido será garantir a continuidade da aliança nacional.

"Essa discussão a gente vai fazer mais para frente. Para qualquer debate, com quem quer que seja que queira ter apoio, a condição é estar apoiando a candidatura do presidente. Agora, como a gente vai se posicionar, vai ter que ser dentro de uma estratégia nacional, obviamente, levando em consideração as características do nosso estado", declarou Humberto Costa.

O senador também citou a possibilidade de composição com o PSB, partido do prefeito do Recife, João Campos, mas ressaltou que o PT tem como objetivo prioritário ampliar sua representação no Congresso Nacional.

"Nosso foco será garantir vagas no Senado e na Câmara dos Deputados para impedir que a extrema-direita tenha maioria no Senado Federal na próxima eleição", afirmou.

O Senado, inclusive, é um dos pontos de maior impasse em uma eventual aliança entre o PT e o PSB de Pernambuco, já que João Campos tem Miguel Coelho (União Brasil), Marília Arraes (Solidariedade) e Silvio Costa Filho (Republicanos) como outras possibilidades para compor sua chapa nesta categoria, o que poderá tirar o PT como prioridade. 

Em 2026, serão eleitos dois senadores por estado, o que, segundo Humberto Costa, representa um desafio estratégico para a legenda. 

As falas sobre o tema ocorreram durante uma coletiva de imprensa na sede do PT em Pernambuco, no bairro de Santo Amaro, no Recife. No encontro, Humberto Costa abordou temas como a sucessão estadual, a conjuntura política do partido e o impacto da atual conjuntura econômica na popularidade do governo Lula.

Mudança na direção do PT

Com a saída de Gleisi Hoffmann da liderança petista para assumir o Ministério de Relações Institucionais, Humberto Costa assumiu a presidência interina do PT.

Segundo o senador, ele ficará no comando da sigla até julho, quando a legenda passará pelo Processo de Eleição Direta (PED), que definirá seus novos dirigentes.

"Os objetivos que a gente tem se colocado são: primeiro, fazer desse PED um processo que seja de ampla mobilização dos filiados, que seja de ampla discussão, que seja uma espécie de 'esquentar os motores' para a sucessão do ano que vem, que vai ser uma disputa muito 'renhida', muito pesada", declarou o parlamentar.

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