Cynara Maíra | Publicado em 12/11/2025, às 07h12 - Atualizado às 07h41
A terça-feira (11) foi o primeiro dia em que a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito João Campos (PSB), prováveis adversários em 2026, cumpriram agendas simultâneas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em Belém (PA).
Os dois gestores pernambucanos apresentaram os projetos do estado para o mundo, mas com focos distintos.
Enquanto Raquel Lyra liderou a comitiva estadual direcionada para captação de investimentos na área de transição energética, João Campos detalhou o programa de R$ 2 bilhões em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para combater alagamentos e aumentar a resiliência urbana da cidade.
A governadora iniciou sua participação na COP-30 no painel “Oportunidades de Powershoring no Nordeste brasileiro”, em que citou Pernambuco como protagonista na transição energética justa.
Ela destacou o processo de consolidação do Porto de Suape como um hub de combustíveis sustentáveis e a distribuição de gás natural no polo gesseiro do Araripe, que antes dependia da queima de lenha da Caatinga.
À tarde, Raquel Lyra participou de um painel sobre transporte marítimo ao lado da Rainha da Dinamarca, Mary Donaldson, e de representantes das empresas European Energy e AP Moller-Maersk, quando debateu o futuro dos portos sustentáveis e a descarbonização em Suape.
"A COP-30 nos dá a oportunidade de falar [...] sobre as soluções que Pernambuco tem desenvolvido", afirmou a governadora, ao falar sobre a necessidade de conectar a "economia verde" com a "geração de oportunidades" e "justiça social".
Na quarta-feira (12), a governadora será a única governante estadual brasileira a participar da 13ª Reunião Anual de Alto Nível de Caring for Climate.
Já João Campos participou na terça (11) do painel “Financiamento Climático para Cidades Resilientes”. Ele apresentou o ProMorar, uma operação de R$ 2 bilhões com o BID, descrita como a maior parceria do banco com um município no mundo.
O foco do programa é a adaptação climática na cidade mais vulnerável do Brasil ao aumento do nível do mar.
Campos detalhou os aportes de R$ 500 milhões na macrodrenagem da Bacia do Tejipió, que incluem a dragagem do rio e a construção de reservatórios sob o asfalto na Imbiribeira para reduzir alagamentos históricos.
O prefeito citou parcerias com técnicos da Holanda e da Colômbia para validar as soluções de drenagem. "Transformamos o grande desafio que foram as chuvas de maio de 2022 em capacidade de transformar a vida de quem está em vulnerabilidade", disse João Campos.
A agenda do prefeito na COP-30 começou na segunda-feira (10), quando assinou uma parceria com o Ministério da Justiça para usar imagens de satélite da Polícia Federal no monitoramento de áreas verdes. Ele também apresentou projetos do programa "Jovens no Clima", feito em parceria com a Fundação Bloomberg.
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