Ministério dos Portos e Aeroportos e ANAC cobram Governo Raquel Lyra após novo afundamento em pista de Noronha

Cynara Maíra | Publicado em 30/06/2025, às 08h31 - Atualizado às 09h03

Pista de pouso de Fernando de Noronha afunda novamente - Reprodução
COMPARTILHE:

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) voltaram a cobrar providências do Governo de Pernambuco após o segundo afundamento de trem de pouso em uma semana no Aeroporto de Fernando de Noronha.

O caso mais recente ocorreu no domingo (29), envolvendo uma aeronave da Gol que, durante o taxiamento, teve parte do pneu presa no pátio de manobras do terminal.

Segundo a nota divulgada pelas autoridades federais, já havia sido encaminhado ao governo estadual, no dia 22 de junho, um ofício solicitando informações sobre as condições estruturais do pátio e da pista, além de um cronograma atualizado das obras de requalificação. Segundo o Ministério, até o momento não houve resposta formal da administração pernambucana.

Responsável pela operação do terminal, a concessionária Dix Aeroportos informou que os protocolos de emergência foram acionados e que a aeronave foi liberada após inspeção da equipe técnica da Gol.

A empresa reiterou que a área afetada ainda não passou pelas intervenções previstas na segunda etapa da obra, e que vem alertando a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi-PE) sobre os riscos de novos incidentes.

Segundo a Dix, apenas uma faixa central da pista principal foi parcialmente requalificada. Seguem pendentes as obras nas laterais da pista, nas vias de taxiamento e no próprio pátio de aeronaves, justamente onde ocorreram os dois episódios recentes, incluindo o anterior com uma aeronave da Azul, no dia 22.

Em nota, a Semobi afirmou que o incidente deste domingo ocorreu em uma das posições de estacionamento do pátio, sem comprometer as operações gerais do terminal. Informou ainda que a área danificada passará por reparo emergencial nesta segunda-feira (30) e que a continuidade das obras está prevista para 15 de julho, após o fim do período de chuvas na ilha.

De acordo com a pasta, a nova etapa da obra utilizará Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), material indicado para garantir maior durabilidade e resistência. O governo reconhece que o local afetado ainda não havia sido contemplado pela obra e atribui parte do atraso ao calendário climático do arquipélago.

A Gol Linhas Aéreas confirmou que a decolagem precisou ser adiada e que os passageiros desembarcaram até a liberação da aeronave. A companhia declarou que “todas as ações referentes ao voo foram tomadas com foco na segurança”.

A requalificação do aeroporto é orçada em R$ 60 milhões, sendo iniciada oficialmente em setembro de 2024. A primeira fase foi entregue em março deste ano, possibilitando o retorno de voos com jatos comerciais suspensos desde outubro de 2022 por determinação da ANAC.

A nova etapa inclui justamente os trechos ainda fragilizados, como os que cederam nos dois episódios recentes. Tanto o Ministério de Portos e Aeroportos quanto a ANAC reiteraram que seguem monitorando a situação e aguardam os esclarecimentos do Governo de Pernambuco sobre as providências adotadas.

governo de pernambuco fernando de noronha

Leia também

Antônio Moraes classifica semestre legislativo como "o pior" que já presenciou, após impasse entre Raquel e Alepe


João Campos e Silvio Costa Filho dividem agenda e reforçam sinais de aliança para 2026


Brasileiros demonstram mais vergonha do que orgulho do STF, do Congresso e do presidente Lula, aponta Datafolha