Maioria da população desaprova tentativa de golpe de 8 de janeiro, mostra pesquisa Quaest

Jamildo Melo | Publicado em 07/01/2025, às 11h23

Boa parte dos prédios invadidos estavam desocupados durante o ataque, mas a ideia central era criar caos e chamar militares para assumir comando da Nação - Foto: Joedson Alves / Agencia Brasil
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Nesta quarta-feira (08), vão se completar dois anos da tentativa de golpe de Estado que ficou conhecida pela data de 8 de janeiro.

Insuflados por militares golpistas, financiados por setores do agronegócio, segundo as apurações da Polícia Federal divulgados até agora, grupos radicais invadiram Brasília, com o objetivo de quebrar a sede dos Três Poderes.

A ideia era fabricar o caos, de modo que os militares fossem chamados a intervir. Mas as Forças Armadas não caíram na cilada. Oficiais, com a cabeça mais arejada, decidiram não rasgar a Constituição.

Dois anos depois da invasão da Praça dos Três Poderes, uma pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (06), traz uma boa notícia para a democracia.

Segundo o levantamento, 86% dos brasileiros condenam os atos de 8 de janeiro de 2022.

O índice de reprovação aos atos é próximo desse percentual em todas as regiões, faixas de renda, escolaridade e idade.

Não apenas. Até entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a desaprovação é de 85%, apenas 3 pontos percentuais a menos do constatado entre os que votaram no presidente Lula (PT). 

A pesquisa dedicou um bloco à possível influência de Bolsonaro nos atos.

O levantamento constatou que 50% acreditam que o ex-presidente teve participação sim, contra 39%
que defendem o contrário.

Por regiões, o destaque é a região Sul, onde apenas 4 pontos percentuais separam os que acreditam na participação do ex-presidente (com 47% das respostas) e os que pensam o contrário (com 43% das respostas).

Esses percentuais são próximos dos aferidos em fevereiro de 2023, quando foi feita a primeira
pesquisa sobre o tema.

Naquela ocasião, a maioria (51%) acreditava que Bolsonaro teve influência, enquanto 38% achavam que não.

O resultado da segunda pesquisa indicou uma possível relativização da participação do ex-presidente na organização dos atos, o que não se confirmou na pesquisa atual.

Os realizadores da pesquisa acreditam que a reversão pode estar relacionada à divulgação, em novembro, de documentos e evidências da organização de um golpe de estado em 2022.

A pesquisa ouviu presencialmente 8.598 brasileiros de 16 anos ou mais em todos os estados entre os dias 4 e 9 de dezembro de 2024, e divulgada agora, próximo à data histórica.

A margem de erro é de 1 ponto percentual e o nível de confiança é de 95%.

O cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest, disse ao site Jamildo.com que a rejeição aos atos do 8/1 mostra a resistência da democracia brasileira.

Felipe Nunes tem toda razão.

Mesmo com o passar do tempo, em tempo de fake news pelas redes sociais, o ato abominável continua sendo condenado pela grande maioria da sociedade.

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