Ivan Moraes vai à Câmara do Recife e manifesta apoio a Jô Cavalcanti após polêmica em plenário

Plantão Jamildo.com | Publicado em 04/11/2025, às 17h07

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O ex-vereador do Recife e pré-candidato ao governo de Pernambuco, Ivan Moraes (PSOL), esteve na manhã desta terça-feira (4) na Câmara Municipal do Recife para manifestar apoio à vereadora Jô Cavalcanti (PSOL). A parlamentar foi alvo de ataques de vereadores da oposição após discursar sobre a meoperação ocorrida no Rio de Janeiro, durante sessão plenária da Casa José Mariano.

Em declaração nas redes sociais, Ivan criticou o episódio e defendeu a colega de partido. “Que tempos são esses em que precisamos defender o óbvio?”, afirmou o ex-parlamentar, acrescentando que Jô Cavalcanti foi interrompida várias vezes enquanto denunciava a violência policial no Rio. “Violência política de gênero e de raça”, diz Ivan Moraes

Durante a manifestação de apoio, Ivan Moraes afirmou que o caso se soma a outros episódios de violência política de gênero e raça enfrentados por mulheres no exercício do mandato. “Sabemos que, todos os dias, mulheres parlamentares enfrentam violência política de gênero e de raça no Brasil”, declarou.

A vereadora Jô Cavalcanti agradeceu as mensagens de solidariedade recebidas de apoiadores e afirmou que seguirá atuando normalmente. “Seguiremos firmes com o nosso mandato e com o compromisso de denunciar as injustiças”, disse.

Polêmica no Plenário

A vereadora Jô Cavalcanti (PSOL) foi interrompida diversas vezes enquanto discursava, nesta terça-feira (4), sobre a Operação Contenção, ação policial realizada no Rio de Janeiro que resultou em dezenas de mortes. O episódio ocorreu durante sessão plenária da Câmara Municipal do Recife e gerou uma série de trocas de acusações entre parlamentares.

Enquanto falava sobre o número de mortos na operação, Jô foi interpelada por vereadores que reagiram ao conteúdo da fala. Diante das interrupções, as vereadoras Cida Pedrosa (PCdoB) e Kari Santos (PT) pediram silêncio e defenderam o direito de fala da colega.

Eu sou interrompida várias vezes e isso diz muito sobre o que acontece no Brasil e o que aconteceu no Complexo do Alemão”, declarou Jô, afirmando que as interrupções refletiam o racismo presente nas instituições públicas, como a própria Câmara. A parlamentar também denunciou ataques de cunho racista e misógino por ser uma mulher negra e periférica.

Oposição promete levar caso ao Conselho de Ética

A fala da vereadora provocou reação imediata de parlamentares da bancada da oposição, que subiram à tribuna para rebater as acusações. Os vereadores Thiago Medina, Eduardo Moura e Gilson Machado Filho classificaram as falas de Jô como “infundadas” e anunciaram que o caso será levado ao Conselho de Ética da Câmara.

Durante o debate, Thiago Medina acusou a vereadora de “defender bandido e traficante” e afirmou que pretende pedir a cassação do mandato. “Quem é do PSOL tinha que ter vergonha na cara [...] não passa de um bando de militante”, disse.

Eduardo Moura reforçou a intenção de acionar o Conselho, alegando que a parlamentar fez acusações sem provas. “Se ela quiser voltar a ser militante e ir pra rua militar, que volte. Aquilo ali não é coisa de vereador”, afirmou.

Em meio à confusão, o vereador Fred Ferreira (PL) também reagiu, dizendo que “só morreu bandido” na operação policial.

A vereadora Cida Pedrosa manifestou solidariedade à colega e criticou as interrupções no plenário. “Nós, mulheres, quando subimos a esta tribuna, somos frequentemente interrompidas pelos vereadores desta Casa”, declarou. Kari Santos também prestou apoio a Jô Cavalcanti durante o episódio.

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