Jamildo Melo | Publicado em 06/08/2024, às 09h25
A eleição no Recife - e a perspectiva de que o prefeito João Campos tenha uma vitória avassaladora, antes de partir para cima dela - ao que parece, fez a governadora do Estado Raquel Lyra virar a chave, em seu discurso político.
Na festa de lançamento de Daniel Coelho, no Clube das Pás, no sábado passado, a chefe do governo de Pernambuco proferiu palavras que aliados e adversários reclamavam nos bastidores, no caso dos primeiros, e publicamente, no caso dos outros.
"Falta de compromisso (do governo Paulo Câmara) ? falta de competência? Não sei. O meu papel é não olhar pelo retrovisor, é olhar para a frente", declarou, logo após registrar que há 18 meses trabalhava para desenvolver Pernambuco.
Os adversários reclamavam que a gestora não descia do palanque, em tese usando sempre a gestão Paulo Câmara para justificar a falta de entregas. Os aliados afirmam que era necessário este tempo para poder maturar as ações e começar as entregas para a população. Agora em agosto, o governo de Pernambuco deve começar a realizar um grande balanço das ações.
"A gente não é de prometer, é de cumprir e fazer, é de fazer a diferença", afirmou, em dado momento.
Nos bastidores, o ex-prefeito de Caruaru José Queiroz alertou aos socialistas que havia passado pela mesma situação em Caruaru, quando Raquel assumiu. Ele disse que ela levou metade do mandato culpando-o por tudo.
No evento de sábado, Raquel Lyra voltou a falar dos "invisíveis" e sugeriu a Daniel Coelho que começasse pela periferia.
"Como me recomendou minha mãe, na eleição em Caruaru, Vá conversar com o povo e fale de futuro, vá conversar sobre o futuro que você pode liderar. Esse futuro pode ser cheio de amor e crescimento. Neste caminho a gente não se perde, a gente encontra o que faz sentido", afirmou.
"No Recife, nós discutimos o que fazer no Recife com Priscila Krause e fui para as feiras, nas periferias, nos beco e alagados"
No discurso de 23 minutos, Raquel Lyra citou a campanha do pai para a prefeitura de Caruaru e um episódio que a teria marcado, na chamada Favela do Iraque.
"Com nove anos, vi crianças comendo junto com porcos, no chão, com a mão. Nunca passei fome, tive oportunidades que muita gente não tem. Assim, aprendi em casa que a nossa missão é fazer este mundo um lugar melhor para viver", comentou.
"A necessidade do povo batia a nossa porta e meu pai me ensinava que, se eles estão aqui, é porque eles estão precisando de nós, já bateram em outras portas"
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