Yan Lucca | Publicado em 24/06/2024, às 15h55
Afinal, é coach ou não é?
Nesta segunda-feira (24), a International Coaching Federation Brasil (ICF Brasil) divulgou o posicionamento da entidade a respeito do pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB).
O autointitulado "mentor de 11 milhões de brasileiros" acumula somente em uma rede social 11,1 milhões de seguidores e conta com uma trajetória marcada por conquistas e polêmicas. O que se sabe é que Marçal é autor de mais de 35 livros sobre prosperidade e desenvolvimento pessoal, e ministra palestras no Brasil, treinando pessoas de diversas áreas.
Para a International Coaching Federation no Brasil (ICF Brasil), maior associação de coaches, o que existe é uma "banalização" dos trabalhos realizados pelos "profissionais sérios", ao associar Marçal a um coach, conforme nota divulgada pela associação.
Do inglês, a palavra "coach" pode ser traduzida como "treinador". Trata-se de pessoas especialistas em auxiliar indivíduos ou grupos em determinadas áreas, principalmente no desenvolvimento pessoal.
Ainda conforme a entidade representativa, Pablo Marçal "por meio de declarações e em suas mídias sociais, tem reforçado que não é coach".
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Marçal disse ser um "ex-coach": "Ninguém chama o Lula de metalúrgico. Eu não respondo por isso mais, não faço essa função. Hoje eu sou CVO [Chief Visionary Officer, ou diretor visionário, em português] do nosso grupo".
A nota da Federação reforça: "Intitulá-lo incorretamente desta forma em reportagens, séries ou citações, reforça a banalização inapropriada desse termo. Os riscos de qualquer pessoa se intitular ‘coach’ sem condições técnicas para tanto é o mesmo de alguém se intitular, por exemplo, jornalista, psicanalista ou outra profissão que não possua uma estrutura verdadeiramente representativa, que cuida e garanta a boa prática profissional norteada por altos parâmetros de qualidade e ética aceitos mundialmente".
A tentativa de entrar para a vida pública não é a primeira neste ano. Marçal já foi candidato a presidência em 2022, o que rendeu uma polêmica na época.
Áudios obtidos pelo jornal Folha de São Paulo, revelaram que Marçal prometeu, ao presidente do Pros, Marcus Holanda, R$ 200 milhões com uma "vacona", Pablo negou.
Dessa vez, o ex-coach tenta ser eleger à prefeitura de São Paulo e terá que enfrentar nomes como Ricardo Nunes, atual prefeito e candidato à reeleição, Guilherme Boulos (PSOL) — candidato de Lula e Tabata Amaral. (PSB).
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