Durante protesto, professores e analistas do cadastro reserva se reúnem com Governo Raquel para falar de nomeações restantes

Cynara Maíra | Publicado em 20/02/2025, às 06h56

Professores e analistas protestaram na quarta (19) pela convocação dos profissionais da educação no cadastro reserva - Agência JCMazella/Sintepe
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Professores, analistas educacionais e assistentes administrativos aprovados no concurso da rede estadual de ensino de 2022 realizaram, na quarta-feira (19), um protesto em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no Recife.

A manifestação cobrou do governo estadual a nomeação dos 1.700 candidatos ainda no cadastro de reserva, além de maior transparência sobre o planejamento de convocação da Secretaria de Educação.

Organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) e o grupo de professores no cadastro reserva, a mobilização ocorreu entre 9h e 12h e contou com a presença da presidente do Sintepe, Ivete Caetano, além de professores e representantes dos aprovados.

Durante o ato, uma comissão foi recebida por integrantes da Secretaria da Casa Civil, que se comprometeram a encaminhar as demandas para o secretário de Educação, Gilson Monteiro, e para a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Falta de efetivos e incerteza sobre novas convocações

Os manifestantes argumentam que há um déficit de profissionais na rede estadual e que a falta de convocações compromete a qualidade do ensino.

O Sintepe defende que a substituição de contratos temporários por servidores concursados deve ser ampliada para garantir mais estabilidade ao quadro docente.

A pressão da categoria aumentou após declarações recentes do secretário Gilson Monteiro, que indicou que o governo pode não convocar todos os professores aprovados no cadastro de reserva.

Em entrevista a uma rádio local, Monteiro afirmou que o governo já nomeou cerca de 10 mil docentes, incluindo os aprovados no cadastro, e que o número de profissionais pode já ter atingido o limite previsto pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE).

A declaração gerou reações entre os aprovados, que alegam que há professores temporários atuando em disciplinas diferentes daquelas para as quais foram contratados e que a necessidade de novos profissionais ainda é evidente. Segundo o grupo, 40% do quadro da rede estadual ainda é composto por temporários, o que justificaria novas nomeações.

Há uma falta de profissionais nas escolas. Para o funcionamento adequado de uma escola, é preciso criar vínculos, e isso só acontece de forma plena por meio do concurso público”, declarou Ivete Caetano, presidenta do Sintepe.

Críticas à condução do governo e expectativa por respostas

Os professores cobram que a Secretaria de Educação divulgue o número de convocados que não assumiram as vagas e apresente um diagnóstico sobre a carência de docentes em cada disciplina e região.

O Sintepe também questiona se o governo está cumprindo o Acórdão 1514/2024, emitido pelo TCE-PE, que orienta a redução do número de contratos temporários na educação.

A vice-presidente do Sintepe, Cíntia Sales, afirmou que a categoria seguirá pressionando o governo para que mais professores sejam chamados.

Estamos no caminho certo, com mobilização nas ruas e nas redes, além do diálogo com instituições como o Ministério Público e o Tribunal de Contas. A convocação dos concursados está entre as reivindicações da nossa Campanha Salarial Educacional 2025”, afirmou.

A Casa Civil não estabeleceu prazos para um posicionamento oficial, mas informou que a demanda será discutida com a Secretaria de Educação e o governo estadual. 

Raquel Lyra professores secretaria de educação sintepe

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