De Abreu e Lima para o mundo: flautista recebe prêmio internacional na Áustria

James Strauss, natural de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, entrou para a história da música clássica ao se tornar o primeiro brasileiro a receber a prestigiada Medalha de Ouro Mozart, concedida pela tradicional sociedade austríaca Mozart Gemeinde Wien. A cerimônia ocorreu no início de junho, em Viena, onde o músico reside desde 2020.

Com mais de um século de existência, a Mozart Gemeinde Wien é considerada a sociedade mozartiana mais antiga do mundo. A medalha é uma das mais respeitadas condecorações da música erudita e, desde sua criação em 1973, foi entregue a apenas dez personalidades, entre elas a lendária Filarmônica de Viena e o maestro Karl Böhm.

O reconhecimento foi motivado por dois projetos realizados por James em 2021: o lançamento de um CD com a obra integral de Mozart para flauta, distribuído pela gravadora Universal Music, e sua atuação ao lado de músicos ucranianos durante a guerra, em plena crise entre Rússia e Ucrânia.

"A escolha dos músicos foi feita através de edital, com escolha rigorosa feita por mim. Selecionei os melhores. A finalidade era ajudar financeiramente os músicos refugiados. O projeto não foi pensando em reconhecimento ou premiação. O foco era ajudar músicos, assim como eu", explicou.

Para o flautista foi uma grande surpresa receber a medalha, já que o CD foi gravado entre 2021 e 2022. "Eles são muitos criteriosos e ser selecionado por uma entidade importante, na terra do Mozart, me deixou muito feliz, envaidecido mesmo", celebra James. 

"Sabe, sempre queremos ser reconhecido no nosso país, principalmente na nossa terra. Espero fazer um concerto com a Orquestra Sinfônica", comentou. 

O flautista está nos preparativos finais para se apresentar em Abreu e Lima, sua cidade natal. "Esta será a primeira apresentação na minha cidade e estou ansioso por isso. Estamos nos últimos ajustes para definir data e local", explicou.

Formado pelo Conservatório Pernambucano de Música, James cresceu em um ambiente musical – é filho de músico da Orquestra Sinfônica do Recife. Aos 18 anos, iniciou sua trajetória internacional e, desde então, já morou na França, Finlândia, Equador e Venezuela, consolidando-se como um dos flautistas mais respeitados de sua geração.

Retorno ao Brasil e novos projetos

Em 3 de julho, James retornou ao Recife para divulgar o prêmio e realizar apresentações em sua terra natal e em João Pessoa (PB). A agenda inclui recitais, encontros com estudantes de música e entrevistas à imprensa local.

Entre os projetos previstos para lançamento ainda este ano, estão os álbuns:

• Projeto Carl Nielsen
• As Quatro Estações de Vivaldi
• Tributo a J.S. Bach