Yan Lucca | Publicado em 19/08/2024, às 16h13
Localizado a cerca de 290 km da capital, abraçado pelo agreste e sertão pernambucano e rodeado pelos municípios de Buíque, Ibimirim, Serânia e Tupanatinga, o Parque Nacional do Catimbau, conhecido popularmente por Vale do Catimbau, é mais uma das belezas ocultas no interior do Estado de Pernambuco.
Criado em 2002, o parque é uma reserva das últimas áreas da vegetação do tipo Caatinga, além de ser o segundo maior parque arqueológico do Brasil.
Formado por montanhas, encostas e vales, o parque está distribuído sobre uma impressionante área de 62.294,14 hectares (equivalente a 623 km2). Segundo populares da região, o nome tem um significado que remete aos povos indígenas, proveniente do termo "catimbó" (conjunto de práticas religiosas brasileiras).
As formações geológicas datam de mais de 100 milhões de anos, além de contar com registros históricos de pinturas rupestres e artefatos dos povos pré-históricos. O Vale do Catimbau perde apenas para a Serra da Capivara, no Piauí.
É nesse cenário que os olhos da jornalista e fotógrafa Valéria Gomes se voltaram durante suas visitas ao vale. Acompanhada dos seus alunos ou sozinha, ela elaborou e produziu o fotolivro "Santuário do Silêncio", que reúne os principais registros de suas andanças pelo incomum destino. A professora contou ao Jamildo.com que visitou o Vale do Catimbau durante cinco anos.
Dedicado a mãe da autora, Gerusa, o livro é dividido em três partes, Inverno (estação verde), O Povo do Vale, e Verão (estação seca). A obra é editada pela Livrinho de Papel Finíssimo Editora.
O prefácio foi escrito pelo professor, jornalista e antropólogo Marjones Pinheiro, com uma constatação e a convocação para que se coloque o pé na estrada.
"O curioso é que a proximidade distancia", escreve, referindo-se ao fato de que, por quase duas décadas, morou em Pernambuco e não foi ao vale. "Valeria no guia... aceite o convite de Valéria".
"Ir ao Vale é como rever um amigo antigo", diz a autora, que visitou pela primeira vez a região em 2015 e cinco anos depois produziu a obra.
Entre cenários encantadores, há 27 sítios arqueológicos, nos quais as pinturas nas rochas indicam que a região já era habitada há mais de 4 mil anos e, cerca de 150 milhões de anos antes, toda a área era coberta pelo mar.
O resultado de suas visitas ao vale podem ser conferidos, também, no Museu Cais do Sertão, na Av. Alfredo Lisboa, S/N Recife Antigo, que recebeu a exposição "Santuário do Silêncio, Vale do Catimbau" que fica disponível até o fim de outubro.
Os interessando em conhecer a exposição podem visitar o museu de terça a domingo, das 10h às 16h. Nas terças-feiras a entrada é gratuita.
"Que as pessoas fiquem atentas para esse lugar especial... Seja pela espiritualidade, seja pela paisagem, seja pelo sentimento que qualquer uma pessoa pode ter estando lá. É um lugar especial", afirma Valéria.
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