Perfil ligado aos aprovados não nomeados reclama de contratação temporária de 1.027 professores

Jamildo Melo | Publicado em 23/07/2025, às 08h40 - Atualizado às 08h51

Professores em protesto pela convocação dos profissionais da educação no cadastro reserva - Agência JCMazella/Sintepe
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Com alarde, os perfis ligados aos professores aprovados e não nomeados no concurso de 2022, após matéria do Jamildo.com no fim de semana, foram às redes sociais denunciar a autorização para contratação temporária de 1.027 professores, por seleção simplificada.

Os professores reclamam que a governadora não renovou o concurso de professores de 2022, apesar de poder renovar o certame por mais dois anos.

O perfil "Educacionando com Crítica", um dos mais ativos nas redes, chegou a pedir o "impeachment" de Raquel Lyra, pelo decreto que autoriza as novas contratações temporárias.

"O Decreto 59.014/2025, que autoriza a contratação temporária de 1.027 professores em vez de convocar aprovados em concurso, pode ser considerado imoral e até motivo para impeachment da governadora Raquel Lyra", diz o perfil dos professores.

Segundo o perfil, a Constituição Federal "exige que cargos permanentes sejam preenchidos por concurso público, não por contratos temporários".

Segundo o Regimento Interno da Assembleia, qualquer cidadão pode pedir o "impeachment" da governadora, cabendo ao presidente do Poder Legislativo decidir sobre a abertura. No caso, compete ao deputado Álvaro Porto.

"Cabe à ALEPE suspender essa seleção e fazer um projeto de lei para contratação imediata dos 1700 aprovados", propõe o perfil.

Um dos parlamentares marcados, o deputado estadual Waldemar Borges (PSB), de oposição, respondeu aos professores.

"Educação pública se faz com valorização e estabilidade. Vamos seguir cobrando respeito e o fim da precarização da rede estadual de educação de Pernambuco", disse Waldemar, um dos principais opositores do Governo.

Segundo a publicação de Waldermar, a governadora teria "desconsiderado" a recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), de reduzir o número de temporários na rede estadual de educação.

O site Jamildo.com foi o primeiro a noticiar a recente recomendação do TCE, em voto do conselheiro Ranilson Ramos.

O Governo, por sua vez, rebate as informações, dizendo que Raquel Lyra foi quem mais nomeou professores na história de Pernambuco, nomeando mais que as vagas previstas no edital do concurso.

"Desde 2023, a atual gestão fez uma nomeação recorde de 11.854 profissionais para atuação na pasta, consolidando o maior conjunto na área dos últimos 10 anos. Ao todo, foram 9.073 professores da educação básica; 209 professores da educação especial, sendo 72 brailistas e 137 intérpretes; 109 professores de música, além de 1.479 analistas e 984 assistentes", responde uma fonte, sob reserva, na Secretaria de Educação de Pernambuco.

DECRETO FOI ESTOPIM PARA NOVA POLÊMICA

Foi publicada no Diário Oficial do último sábado (19) a autorização para a abertura de três seleções públicas simplificadas, que juntas vão ofertar 1.999 vagas para atuação na Secretaria Estadual de Educação.

Após a publicação do Jamildo.com no fim de semana, o SINTEPE manifestou nota de "repúdio e indignação" contra a governadora Raquel Lyra, por abrir a nova seleção de temporários após não renovar o concurso.

Na nova seleção temporária, serão ofertadas 1.027 vagas para professores da educação básica, 836 para analistas de psicologia educacional, além de 107 professores intérpretes de Libras e
29 professores braillistas.

“Estamos trabalhando para garantir uma educação pública de qualidade e acessível a todos os pernambucanos. A chegada desses novos profissionais fortalece nossas escolas e oferece mais suporte aos estudantes”, destacou o secretário estadual de Educação, Gilson Monteiro.

Educação professores concurso

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