Transporte público em crise: São Paulo confronta aplicativos de Moto e Recife sofre com greve de ônibus

Jamildo Melo | Publicado em 22/01/2025, às 14h00

Greve dos ônibus no Recife por conta de atraso nos salários. Empresas culparam atraso no repasse do Estado - Governo de Pernambuco/Divulgação
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Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes, do MDB, tomou uma decisão polêmica, enfrentando os serviços de aplicativo que oferecem viagens de moto para os passaseiros de ônibus.

Além de blitz, multando a apreedendo veículos, entrou na Justiça para barrar as viagens.

O objetivo é tentar preservar o sistema oficial de transporte público, em uma das maiores cidades do Brasil.

Não dá para dizer se é a medida certa ou errada, porque existem vários angulos a serem levados em consideração. No entanto, já lhe cabe a iniciativa de tentar alguma saída, diante do risco de falência do transporte público, que seria ruim para todos.

E estamos falando de uma cidade que conta com o melhor sistema de Metrô do Brasil.

Este preânbulo, obviamente, vem à memória por conta dos transtornos vivenciados por passageiros de ônibus do Grande Recife, na manhã desta quarta (22), em função de uma paralisação no serviço.

Conforme o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), a gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB) atrasou o repasse de recursos que subsidiam o sistema, o que levou os trabalhadores rodoviários a protestarem por conta de atrasos no pagamento de salários.

Por conta da grande demanda, os passageiros reclamam do aumento dos preços de aplicativos de corrida como Uber e 99.

Recentemente, na virada do ano, o Governo Raquel Lyra chegou a aumentar a passagem de ônibus, mas sem nenhuma garantia de melhora no serviço.

No ano passado, o sistema foi obrigado a rodar com 200 ônibus a menos.

As empresas vêm reclamando atrasos no repasse de subsídios pelo Governo de Pernambuco há meses. A Urbana PE se apressou em afirmar de publico que o adiamento na distribuição dos salários foi uma ação excepcional.

Estes mesmos atrasos levaram ao encerramento das atividades de uma das operadoras no ano passado, o que fez com que outras empresas assumissem as linhas de forma precária e com ônibus com mais de 11 anos de uso.

O problema chegou a ser abordado em audiência pública na Alepe em 2024

A paralisação desta quarta obviamente repercutiu imediatamente na Assembleia Legislativa.

Nesta quarta, o líder do PSB na Assembleia Legislativa (Alepe), deputado Sileno Guedes acusou o Governo de não cumprir suas obrigações e deixar a população abandonada.

“O Governo Raquel Lyra gosta de fazer propaganda do bilhete único e de outras supostas melhorias no transporte público, mas, nesta hora, as ruas estão cheias de passageiros com o bilhete único na mão, sem ter ônibus para usar".

Sileno também disse que a oposição seguirá acompanhado o tema com ainda mais rigor na volta dos trabalhos legislativos, em fevereiro.

A oposição está no seu papel.

Mas agora, se até a regularidade do serviço está afetada, não se pode apenas acusar falta de organização do Estado.

A crise é sistêmica.

Espera-se de todos a apresentação de soluções viáveis para a crise do serviço essencial e que não é inteiramente custeado pela tarifa.

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