Jamildo Melo | Publicado em 12/11/2024, às 09h11
Enquanto no evento da Amupe a governadora Raquel Lyra e prefeitos eleitos e reeleitos falavam na necessidade de avançar nas obras da ferrovia Transnordestina, no trecho pernambucano, o governo Lula acaba de injetar volumosos recursos federais para tirar do papel em definitivo o trecho cearense, que vai até o porto de Pecém.
Sem alarde, na semana passada, o Governo Federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e a Casa Civil, estabeleceram as condições para a injeção de R$ 3,6 bilhões no projeto da ferrovia Transnordestina.
A concessionária Transnordestina Logística (TLSA) recebeu autorização para acessar crédito do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). A decisão foi tomada durante a reunião da Diretoria Colegiada da Sudene, realizada na segunda-feira (4).
O Banco do Nordeste fará os desembolsos em parcelas anuais: R$ 1 bilhão de 2024 a 2026, e R$ 600 milhões em 2027. Esse financiamento garantirá a conclusão da fase I da obra, que abrange 1.061 km, conectando Paes Landim (PI) ao Porto de Pecém (CE). A TLSA afirma que a fase I já está 70% concluída.
O novo funding de R$ 3,6 bilhões para a Transnordestina foi estruturado com apoio da Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI). Eduardo Tavares, secretário da pasta, detalha que esse valor faz parte de um total de R$ 7 bilhões necessários para a finalização do projeto, que atualmente tem um orçamento de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 8 bilhões já foram investidos.
Eduardo Tavares disse que, a partir do primeiro ano de operação, a ferrovia pode incrementar em R$ 7 bilhões anuais o Produto Interno Bruto (PIB) das regiões de influência da Transnordestina, que inclui os estados do Ceará, Piauí e Pernambuco.
Segundo Tavares, o aporte de R$ 3,6 bilhões evitará que o Brasil deixe de produzir R$ 7 bilhões ao ano, especialmente no semiárido, uma das regiões mais vulneráveis do país.
Com 1.206 km de extensão, a Transnordestina interligará 53 municípios, impulsionando a economia do Nordeste e aproximando o Brasil dos principais mercados globais.
A ferrovia promete melhorar a competitividade da agricultura familiar e possibilitar novos perímetros de irrigação, atualmente inviáveis devido às limitações logísticas.
Os primeiros transportes da Transnordestina estão previstos para 2025. Atualmente, trechos em construção empregam 2,5 mil pessoas.
Um estudo contratado pela TLSA aponta que, ao longo dos 30 anos de concessão, serão gerados em média 90 mil empregos diretos e indiretos, com arrecadação tributária anual de R$ 52 milhões nos 53 municípios beneficiados e R$ 126 milhões em ICMS.
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